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VÍDEO | Ciclovia da Terceira Ponte já tem até mascote: conheça o gato Tigrão

O bichinho age como um guardião, observando os ciclistas que acessam a nova via. Ele está sob os cuidados de uma pessoa em situação de rua

Maria Clara Leitão

Redação Folha Vitória
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Ciclistas que trafegam pela ciclovia da Terceira Ponte, inaugurada no último domingo (27), já devem ter reparado a presença de um “mascote”, que observa todo o tráfego do local. Trata-se de um gato malhado, batizado de Tigrão. Ele acompanhou todas as etapas da obra da Terceira Ponte.

O repórter fotográfico Thiago Soares, do jornal online Folha Vitória, foi até a via nesta terça-feira (29) para registrar cenas da ciclovia e se deparou com o bichinho, que é calmo e fez até poses para a câmera.

Veja vídeo do Tigrão na ciclovia da Terceira Ponte:

Atrás da grade de proteção da ponte, embaixo de um trecho coberto no início da ciclovia, nas proximidades da praça de pedágio, em Vitória, Tigrão observa todos que passam.

Muitas vezes dá a sensação de que age como um "guardião" da ciclovia. No local, há pequenos potes de comida e água. 

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Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Entretanto, a cena, que aparentemente é bonita, revela uma triste realidade. Tigrão está na estrutura sob os cuidados de uma pessoa em situação de rua.

O homem, que não quis ser identificado, explicou ao repórter fotográfico que o gato é filhote da primeira gata que ele teve morando na Terceira Ponte.

“Ele nasceu e viu todo o processo da construção da ciclovia”, afirma o morador, que diz viver debaixo da ponte há oito anos. 

Mesmo em situação de rua, o tutor destacou que nunca deixou de faltar o alimento do fiel amigo e também recebe algumas doações de pessoas que passam pela rota.

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Prefeitura explica ações que realiza

Após o flagrante inusitado, o jornal online Folha Vitória demandou a Prefeitura de Vitória sobre a situação. Em nota, o município informou que são realizados atendimentos às pessoas em situação de rua por meio do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas). 

Além do Seas, há no município uma rede composta por sete acolhimentos institucionais e um centro pop.

São realizados trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique, nos territórios, a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, entre outras situações de violações. 

"Todavia, salienta-se que a saída das ruas é um processo que pode ser lento e demanda investimento diário da equipe de referência do Seas, e como já dito anteriormente, também demanda atendimento de outras políticas públicas, cada uma atuando conforme sua competência", ressalta a prefeitura em nota. 
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

O trabalho do Seas, segundo a prefeitura, não consiste em realizar a retirada compulsória de pessoas em situação de rua. "É feito diálogo e reflexão por meio de processo socioeducativo, que possibilite a construção/reconstrução de projetos de vida que contribuam para a superação da situação de rua".

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) informou que não existe legislação em vigor que impeça uma pessoa em situação de rua de exercer a guarda de um animal. É necessário que ele ofereça os cuidados necessários para que este animal continue sadio, como alimentação.

Além disso, a equipe do Bem-Estar Animal, da prefeitura, pode ser acionada se houver maus-tratos ou abandono, assim como para a realização de serviços públicos, como castração e vacinação.

Essas ações são realizadas dentro de programas ofertados pelo município que priorizam o público em situação de vulnerabilidade social.  O órgão ressalta que o contato deve ser feito pelo Fala Vitória 156.

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