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Motorista que atropelou mãe e filha foi preso em blitz em Vitória

O secretário de Segurança Urbana de Vitória, Amarilio Boni, relatou que a abordagem que culminou na prisão de Wenderson foi feita de maneira aleatória

Redação Folha Vitória

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Foto: Reprodução/TV Vitória

O motorista Wenderson Fagundes Melo de Oliveira, de 20 anos, que atropelou a menina Laura Beatriz e a mãe Mara Núbia, em uma faixa de pedestres na Glória, em Vila Velha, na noite de quarta-feira (21), foi preso na tarde desta terça-feira (27), durante uma blitz da Guarda Municipal de Vitória. 

Wenderson seguia em um veículo Toyota Hilux na Avenida Hugo Viola, no sentido Jardim da Penha, quando foi abordado por um bloqueio da Guarda de Vitória. 

Durante a abordagem, a condutora do veículo relatou aos agentes que no carro estava uma pessoa com mandado de prisão em aberto. 

Veja o momento em que o motorista chega à delegacia: 

"Nós realizávamos na Avenida Hugo Viola um ponto de bloqueio abordando veículos, motocicletas, quando foi abordada uma Toyota Hilux. Olhamos a documentação, estava tudo em dia e a própria pessoa que estava conduzindo o veículo afirmou que estava conduzindo uma pessoa com mandado de prisão em aberto", relatou o inspetor Victor, do Grupamento Tático Operacional (GTO). 

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De acordo com o inspetor, os oficiais realizaram consulta por meio do aplicativo da Guarda Municipal, que confirmou a identidade de Wenderson. 

Ainda segundo o inspetor, não é possível afirmar se o carro em que o suspeito estava seguia para a delegacia ou para qualquer outro destino, apenas que trafegava em direção a Jardim da Penha. 

"Eu não posso afirmar que estavam vindo para cá, mas estavam seguindo sentido Jardim da Penha, onde foi feita a abordagem. Ele não resistiu e nem tentou fugir, estava acompanhado de uma senhora, que conduzia o veículo e um senhor", relatou. 

O inspetor contou que o jovem não resistiu à prisão e nem tentou fugir e foi levado para a Delegacia de Trânsito de Vitória. 

Segundo ele, a decisão foi tomada até mesmo para preservar a integridade física do suspeito. 

Abordagem que prendeu motorista foi aleatória 

O secretário de Segurança Urbana de Vitória, Amarilio Boni, relatou que a abordagem que culminou na prisão de Wenderson foi feita de maneira aleatória e não havia conhecimento prévio de que o suspeito teria sido parado pela Guarda Municipal. 

Foto: Sesp/Divulgação
Inspetor Victor, secretário Amarildo Boni e delegado Maurício Gonçalves durante coletiva

Segundo ele, as ações de bloqueio acontecem em pontos estratégicos devido ao mapa do crime no município. 

"Foi uma fiscalização aleatória que a Guarda Municipal faz com planejamento do local pré-estabelecido em virtude de mapa do crime, então a Guarda Municipal vai para este local fazer essa fiscalização", disse. 

Ainda de acordo com ele a abordagem desta terça-feira tinha como objetivo o combate à violência urbana e para garantir a segurança viária no local, por isso o carro foi abordado. 

Ele relata que após a abordagem, os guardas teriam checado a documentação dos passageiros, o que confirmou a presença do suspeito no veículo. 

"A Guarda Municipal trabalha em conjunto com as forças estaduais e nós também, de posse de uma informação, de uma ocorrência de grande repercussão, a Guarda Municipal estava atenta quanto a esse fato. Mas hoje especificamente estávamos trabalhando no combate à violência urbana e para a segurança viária, por isso o veículo foi abordado", afirmou. 

Motorista deu versão diferente do que mostram câmeras

O delegado Maurício Gonçalves, da Delegacia de Delitos de Trânsito de Vitória, informou que após a prisão do suspeito, foi preciso questioná-lo novamente sobre dinâmicas do atropelamento. 

Isso aconteceu porque o motorista teria dado versões conflitantes sobre o acidente, que não condizem com imagens captadas pelas câmeras de videomonitoramento. 

Estes depoimentos teriam sido colhidos no dia do acidente, na Delegacia Regional de Vila Velha. 

"O que tenho até agora é o interrogatório dele feito na Regional. Ele traz informações que em análise de videomonitoramentos, tanto de prefeitura, quanto de comércios locais, a versão dele não bate com o que eu vi nos vídeos. Então precisava esclarecer o que realmente aconteceu ali", informou o delegado. 

Segundo ele, durante o interrogatório preliminar realizado no fim da tarde desta terça-feira, o suspeito decidiu ficar em silêncio e informou que se pronunciará apenas em juízo. 

O delegado relatou que as investigações tiveram início na última quinta-feira (22), um dia depois do atropelamento. Na sexta-feira (23), foi pedida a prisão preventiva do suspeito. 

Segundo ele, desde segunda-feira (26), o suspeito já era considerado foragido pela Justiça. 

"Desde segunda (26), por volta de 18h, quando foram esgotadas as diligências finais, foi informado à Justiça o estado de foragido. Continuando também na tentativa de captura dele nesta terça (27)", disse. 

Gonçalves relatou que o advogado de defesa de Wenderson esteve na delegacia nesta terça-feira. Segundo ele, o cliente se entregaria ainda durante a tarde, o que não pôde ser confirmado, após a prisão pela Guarda Municipal. 

"Paralelamente a isso, o advogado dele já estava aqui na delegacia por volta de 17h trazendo a informação de que possivelmente ele se entregaria hoje, fato que eu não pude confirmar, somente quando descobri que a Guarda de Vitória havia detido ele em um bloqueio", afirmou. 

Defesa contesta estado de foragido

De acordo com o advogado de defesa de Wenderson, Romulo Almeida Delai, ele teria se dirigido à Delegacia de Delitos de Trãnsito justamente para esperar pelo cliente que se entregaria na tarde desta terça-feira. 

Foto: Reprodução

A defesa também relatou que só ficou sabendo da situação de foragido de Wenderson na tarde desta terça-feira. 

Até o momento, a prisão preventiva por conta do homicídio qualificado ainda, de acordo com o advogado, não havia chegado à defesa, o que contesta o estado de foragido de Wenderson desde a última segunda-feira. 

*Com informações do repórter Vitor Zuccolotti, da TV Vitória/Record

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