Paralisações no Transcol: entenda por que a população tem ficado sem ônibus
Nas últimas três semanas, população que depende do sistema Transcol tem sofrido com a falta dos coletivos por causa de manifestações do Sindicato dos Rodoviários
Quem precisa dos ônibus do Sistema Transcol na Grande Vitória tem enfrentado desde o final de agosto protestos por parte dos rodoviários.
As motivações são diferentes para as manifestações que têm causado transtorno no trânsito e afetado cerca de 400 mil passageiros que utilizam diariamente os coletivos.
A manifestação que começou na madrugada desta segunda-feira (20), feita pelo Sindicato dos Rodoviários, bloqueou o acesso de seis garagens de empresas que formam o consórcio empresarial responsável pelo transporte coletivo. O consórcio é composto por seis empresas: Metropolitana, Serrana, Praia Sol, Veredas, Santa Paula e Serramar.
Segundo o sindicato, a motivação do protesto foi o atraso no pagamento dos salários dos funcionários da Metropolitana.
De acordo com o presidente do Sindirodoviários, Marcos Alexandre da Silva, os funcionários estão há três meses sem receber o pagamento dos salários e os tíquetes-alimentação. Muitos ainda reclamam que não receberam férias.
"Essa paralisação é a respeito do pagamento da Metropolitana, que faz parte do consórcio Atlântico Sul. São tíquetes, salários e tem três anos que eles tiram férias e não recebem. Os trabalhadores estão passando necessidade, passando fome. O trabalhador não tem condições de trabalhar desse jeito", afirmou.
Ele ainda destacou que, além dos motoristas, cobradores afastados também estão sendo atingidos. "Antes, o governo estava pagando 70% do salário dos cobradores. A empresa não estava pagando os outros 30%. Agora que venceu a medida provisória, a empresa tem que pagar 100% e não sabemos como vai ficar", disse Silva.
Os veículos ficaram retidos nas garagens até 7h15. Os mais afetados foram moradores de Vila Velha e da Serra que dependiam de ônibus para chegar aos terminais (as chamadas linhas alimentadoras). Isso fez com que os terminais registrassem uma manifestação menor que o habitual. Porém, no final da manhã, a situação era outra: os ônibus saíam lotados dos terminais.
Volta dos cobradores: audiência para acordo entre rodoviários, empresários e Governo do Estado acontece nesta terça-feira
O morador da Grande Vitória enfrentou manifestações de motoristas do Transcol nos dias 27 de agosto e, também 9 e 10 de setembro. Todos esses protestos foram pelo retorno dos cobradores aos ônibus.
Esses profissionais estão afastados de suas funções desde maio de 2020, como medida do governo estadual para prevenir a disseminação da covid-19. Com isso, o pagamento das passagens passou a ser realizado apenas por meio do CartãoGV.
Para resolver esse impasse está marcada para esta terça-feira (21), às 14h, uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES).
O encontro será entre o Sindicato dos Rodoviários (Sindirodoviários), Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) e a Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), agendada para a última sexta-feira (17).
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O outro lado: GVBus, Semobi e Ceturb se manifestam
O Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb/ES) e a Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) se manifestaram sobre o protesto dos rodoviários desta segunda-feira (20).
Por meio de nota, a Semobi e a Ceturb disseram que vem acompanhando o caso da empresa Metropolitana e esclarece que os subsídios estão sendo repassados em dia.
"Assim, a pasta não vê motivo para o não pagamento dos funcionários da empresa e informa que irá cobrar esclarecimentos ao consórcio operador, do qual a empresa faz parte", reforçou.
A Semobi e a Ceturb informaram, também, que a operação da empresa metropolitana corresponde a menos de 3% do Sistema Transcol e que as demais empresas, mais de 97% do sistema, estão com todos os pagamentos em dia.
Já o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória disse que os funcionários da empresa não procuraram nem o consórcio e nem a própria GVBus para informar sobre atraso no pagamento.
Disse ainda que se trata de um problema pontual e que a empresa em questão representa 2,5% da operação do sistema de transporte.
Além disso, criticou o fato da paralisação se estender às garagens das outras empresas que pertencem ao consórcio pois, de acordo com o GV Bus, cada empresa é responsável pelos pagamentos apenas de seus próprios funcionários.