Construções vizinhas de prédio que desabou em Vitória apresentam problemas estruturais, diz Crea
A obra realizada no local chegou a ser embargada pela prefeitura, por acontecer de forma irregular
A estrutura dos prédios vizinhos ao local onde foi registrado um desabamento em Vitória, apresenta problemas estruturais, de acordo com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES). Uma das construções foi realizada sem a colocação de colunas para sustentação.
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Após o desabamento, ocorrido no domingo (25), representantes do Crea-ES estiveram, na manhã desta segunda-feira (26), no local. Ao averiguar a situação de prédios laterais, foram constatadas irregularidades.
"O que nos preocupa é que o imóvel ao lado (do desabamento) não tem colunas. Pilares são inexistentes. São apenas tijolinhos, uma estrutura antiga e não tem as colunas. O risco é independentemente da queda do imóvel ao lado. No outro lado, tem colunas, mas existem rachaduras nas laterais. Não tem como garantir que a marquise está segura. Tem ar condicionado com risco de queda", explicou o Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Giuliano Battisti.
Segundo o profissional, uma interdição não pode ser realizada pelo Crea, que apenas notifica da Defesa Civil do município com o laudo da vistoria. Ele explica que algumas medidas podem ser tomadas.
"Nossa recomendação é que se isole as passagens dos pedestres e que os donos dos imóveis contratem responsáveis para verificar e garantir segurança dos usuários. Vamos comunicar à Defesa Civil para direcionar quais ações serão feitas", disse.
Obra chegou a ser embargada
Segundo a secretária de Desenvolvimento da Cidade e Habitação de Vitória, Anna Cláudia Dias Peyneau, na última semana, a obra chegou a ser embargada pela prefeitura por estar acontecendo de forma irregular. No entanto, pelo adiantar dos serviços, foi dada a autorização para retirada de uma viga.
"A reforma foi constatada pelo município na semana passada e o município chamou os proprietários e responsáveis para apresentarem um responsável técnico pela obra e se regularizar. A obra foi embargada, sendo autorizado que o proprietário fizesse serviços que mitigassem os riscos. Esse serviço foi feito ontem (domingo), sobretudo a retirada da marquise", disse.
A secretária afirmou que a Defesa Civil esteve no local e, numa análise preliminar, constataram risco iminente do que restou da obra e dos imóveis laterais.
A Defesa Civil de Vitória informou que vistoriou o local do desabamento. Em função da necessidade de retirada de uma viga e da estrutura metálica que compõem a fachada de um dos edifícios vizinhos a calçada e uma faixa de tráfego continuarão interditadas até que o serviço seja concluído.
Trabalhador ficou ferido no desabamento
No domingo, após o desabamento, a secretária também confirmou à reportagem do Folha Vitória que um homem que trabalhava na demolição da marquise acabou sendo atingido durante a queda da estrutura do imóvel.
"Era um operário, que estava trabalhando na obra. Ele teve ferimentos leves. A Defesa Civil esteve no local, averiguando o que aconteceu", resumiu.
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