Policial que matou cachorro no ES é convocado a depor em CPI
Anderson Carlos Teixeira, 52 anos, assim como a tutora do animal e um médico veterinário vão prestar depoimento na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (13)
O subtenente reformado da Polícia Militar de Minas Gerais Anderson Carlos Teixeira, de 52 anos, será ouvido pela CPI dos Maus Tratos, às 18h30 nesta quarta-feira (13), na Assembleia Legislativa. Ele é acusado de ter atirado e matado o cachorro Churros, da raça golden retriever.
O caso foi registrado no último sábado (09), na rua Vitória da Conceição, na Praia do Morro, em Guarapari. Na ocasião, o animal latiu e pulou no homem, que se assustou. Anderson sacou a arma e atirou no cachorro.
A oitiva na Assembleia será composta pelo deputado federal Fred Costa (Patriota-MG), autor da lei federal contra maus-tratos a animais, assim como pelo delegado e deputado federal Bruno Lima (Progressistas-SP), conhecido nacionalmente pela atuação na causa animal. A coordenação da oitiva será da presidente da CPI, deputada estadual Janete de Sá (PMN-ES).
Também foram convocados a depor: Iasmin Lima Peçanha Avelar (tutora do animal) e João Gabriel da Rocha Pereira (médico veterinário e testemunha).
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Como aconteceu o caso?
Segundo Iasmin, Churros estava solto. No momento em que o policial foi passar perto do cachorro, Churros latiu e pulou no homem, que acabou se assustando.
Neste momento, o militar teria dito “eu vou matar seu cachorro”. Em seguida, sacou a arma e efetuou o disparo. Churros chegou a ser socorrido, passou por uma cirurgia, mas não resistiu e morreu.
Iasmin conta que o animal é filhote do cachorro dela. Churros fica na casa dos pais, com seus irmãos, e era costume da família levar o cão para passear naquelas redondezas.
"Uma vez que buscava as crianças na escola, levava ele junto, mas na guia. Ou então quando passeava no calçadão também sempre na guia", disse Iasmin sobre o comportamento do cachorro.
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Suspeito diz que atirou para se defender
De acordo com a ocorrência policial, o militar informou que ele estava caminhando e seguindo para casa quando foi atacado pelo animal duas vezes.
Ainda segundo o documento, Anderson contou que na primeira vez pediu para que os donos segurassem o cachorro, que estava sem a focinheira. O homem alegou que efetuou o disparo para se defender.
A Polícia Civil informou que Anderson foi conduzido à Delegacia Regional de Guarapari, autuado em flagrante por maus-tratos a animais e encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Guarapari.
O policial passou por audiência de custódia e foi liberado sem fiança. A Justiça determinou que o subtenente deve seguir várias medidas cautelares, como não sair da Grande Vitória sem autorização prévia e não frequentar bares, boates, prostíbulos e assemelhados. Ele está proibido de utilizar arma de fogo.
Ainda segundo a polícia, Iasmin assinou um Termo Circunstanciado (TC) por não guardar com a devida cautela animal perigoso, e foi liberada após assumir o compromisso de comparecer em juízo.
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