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Professora é demitida após ensinar linguagem neutra em sala de aula: "Falou 'todes"

Um estudante registrou o momento em que a professora ensinava linguagem neutra aos "alunes" dentro de sala de aula; veja vídeo e qual foi a polêmica

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução

Uma professora de língua portuguesa, que lecionava para turmas de 6º e 7º ano do ensino fundamental, foi demitida em Santa Catarina por ensinar linguagem neutra a seus alunos. A situação foi gravada por um estudante na sala de aula.

No vídeo, a professora estava explicando o uso de termos como “todes” e argumentava sobre a importância de considerar a perspectiva de pessoas não binárias, que se sentem ofendidas ao serem chamadas de “todos”.

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“Se você fosse uma pessoa não-binária, binárie, binário... uma pessoa que é homossexual e te ofendesse chamar de todos, porque todos não abrange o teu tipo de gênero. Aí você teria que engolir, porque você seria minoria. Estou tentando entender da outra ótica porque eu também sou uma pessoa heterossexual. Eu tenho que tentar entender da ótica de uma pessoa que não é heterossexual. Se eu não sou uma pessoa que não me encaixo nem no sexo masculino, nem no sexo feminino, que é o neutro no contexto brasileiro...”, afirmou a professora, que não teve sua identidade revelada.

Ela era professora do Colégio Salvatoriano Imaculada Conceição, uma instituição de ensino católica.

O deputado estadual Jessé Lopes (PL-SC) fez a denúncia, alegando que a escola e a professora estavam seguindo uma “agenda antinatural” e política ao ensinar a linguagem neutra.

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De acordo com o Metrópoles, o deputado argumentou que a inclusão já está implícita na língua, já que o gênero masculino é utilizado como genérico.

Em meio à repercussão do vídeo, a instituição decidiu demitir a professora.

JESUS É TRAVESTI

Foto: Reprodução/Instagram/Montagem FV

O prefeito de Boa Vista (RR), Arthur Henrique (MDB), anunciou na segunda-feira, dia 25 de setembro, o cancelamento do show de Johnny Hooker na cidade após religiosos resgatarem uma apresentação anterior onde o artista comentou que Jesus Cristo seria “travesti, transexual e bicha”.

O político afirmou que, devido à pressão nas redes sociais, optou por cancelar a apresentação do músico, que demonstrou indignação e caracterizou o episódio como um ato de LGBTfobia.

Hooker estava programado para se apresentar no Mormaço Cultural 2023, evento que acontecerá em Boa Vista entre os dias 26 de setembro e 1º de outubro.

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As atrações foram selecionadas pelos moradores da cidade em uma votação, no entanto, o prefeito havia recebido críticas de grupos conservadores e religiosos locais, que começaram a compartilhar um vídeo de 2018 em que Hooker fez os comentários sobre Jesus, o que levou ao veto de sua apresentação.

“E eu estou aqui hoje para dizer para vocês que Jesus é travesti, sim, Jesus é transexual, sim, Jesus é bicha, sim”, disse Hooker na ocasião.

“Neste final de semana, uma das atrações [Hooker] foi desaprovada por muitas pessoas através de manifestações públicas. Eu estava fora do Brasil, em um evento de primeira infância, e no meu retorno, sábado, me deparei com esses questionamentos. Eu quero pedir desculpas”, diz o prefeito Henrique em vídeo publicado em suas redes sociais.

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“Respeito é algo que não abro mão. Todos sabem dos meus princípios e dos meus valores e, como prefeito, sempre vou fazer o melhor pelas pessoas e pela cidade de Boa Vista. De imediato iniciamos as tratativas jurídicas e, a meu pedido, a Fetec [Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista] cancelou essa atração do festival”, completa.

RESPOSTA DE JOHNNY HOOKER

Nas redes sociais, o cantor Johnny Hooker criticou a decisão do prefeito Arthur Henrique de cancelar seu show na cidade e afirmou que o ato representa “intolerância com a diversidade” e uma “vitória da homofobia e da LGBTfobia no Brasil”. Ele e sua equipe estudam “medidas cabíveis” para recorrer da decisão.

“Acabo de saber que meu show em Boa Vista, Roraima, que estava previsto para este sábado, foi arbitrariamente cancelado pelo prefeito Arthur Henrique por motivo de homofobia e intolerância com a diversidade depois que um corte de uma fala minha tirada de contexto foi espalhada por extremistas religiosos nas redes sociais. Cabe ressaltar aqui que esse assunto já foi extinto pela justiça brasileira com ganho de causa a mim. Ou seja, vivem de requentar polêmicas atacando a comunidade LGBTQIA+”, disse Hooker no Instagram.

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Ele também pede aos demais artistas que participarão do festival, como Duda Beat, Xamã e Vanessa da Mata, que se pronunciem.

“O meu show é um show de respeito, de celebração da diversidade, que incita a palavra do amor e do respeito a todos”, afirma Hooker, além de que classificar o episódio como “vitória da LGBTfobia, do extremismo religioso e do conservadorismo no Brasil”.