Modelo de câmera termal da Guerra da Ucrânia é usada no combate a queimadas no ES
Câmera termal de alta precisão é capaz de identificar focos de incêndio e tem sido fundamental no planejamento das ações das equipes do Corpo de Bombeiros
O combate aos incêndios que se alastraram pelo Espírito Santo exige todo o empenho das forças de segurança e até mesmo equipamentos especiais. Entre os itens utilizados durante as missões está a câmera termal de alta precisão, mesmo modelo utilizado na Guerra da Ucrânia.
A partir do equipamento, que possui um sensor térmico, equipes do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Secretaria da Casa Militar (Noater) conseguem captar os focos de incêndio a uma grande distância.
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Em entrevista ao ES no Ar, da TV Vitória, o chefe da Divisão de Tecnologia do Noater, Major Kunsch, descreveu que a câmera de alta tecnologia é configurada com sistemas utilizados para o planejamento do deslocamento de recursos.
"Antes do início de todo combate a incêndio, precisamos fazer um planejamento com a locação de recursos. Dentre eles, onde vai fazer a capitação de água, onde colocará os brigadistas, os servidores do Iema, do Idaf", narra o chefe da Divisão de Tecnologia.
A câmera consegue, através do voo, realizar um mapeamento georreferenciado, no qual é possível levantar onde estão os principais focos de incêndio e levar as equipes para o combate.
“Equipamento nasceu no meio militar”, descreve o major
O major narra que o equipamento nasceu no meio militar, e é o mesmo modelo de câmera utilizado na Guerra da Ucrânia, fornecido por meio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"Ele nasceu no meio militar com a finalidade de identificação de alvos, até direcionamento de munições. Esse modelo está sendo utilizado na Guerra da Ucrânia, com o ocidente, a Otan, fornecendo na guerra contra a Rússia", explicou.
Modelo também foi usado em outras catástrofes
A câmera termal também foi utilizada pelas equipes do Noater em outras grandes missões. Entre elas, durante a catástrofe climática de Mimoso do Sul e no Rio Grande do Sul.
"Utilizamos a mesma câmera em Mimoso, em várias ocorrências que aparecem na Grande Vitória. Também fomos para o Rio Grande do Sul, conseguimos apoiar a situação de catástrofe climática", afirma.
O major também ressalta que o Noater atua como equipe de apoio ao Corpo de Bombeiros no combate às queimadas no Espírito Santo. “Todas às vezes que surge a necessidade, levantada por algum órgão, geralmente o Corpo de Bombeiros aciona o Notaer”.