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Familiares do professor Mauro Celso Azevedo Guimarães, de 44 anos, que morreu após ser atingido por uma bobina de navio, no início da tarde desta quarta-feira (09), em São Torquato, Vila Velha, estiveram no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória para liberar o corpo da vítima.
O irmão de Mauro, Eumar Sérgio Guimarães, conversou com reportagem da TV Vitória/Record TV e afirmou que houve imprudência por parte do responsável pela carga. “Ele praticamente foi assassinado. Ele não teve chance de reação, uma carga solta em cima de um caminhão. Complicado. Mas é isso… infelizmente foi uma tragédia mesmo”, lamentou.
Segundo Eumar, a família quer acompanhar de perto as investigações e tomará as devidas providências perante a Justiça. “Você vê isso todo dia e uma hora, infelizmente, é com a gente. A gente vê pedra que cai no carro dos outros, contêiner, agora rolo. E, com certeza, uma providência vai ter que ser tomada e nós vamos entrar com uma ação [na Justiça] com certeza”, afirmou.
“A ficha não caiu ainda. Estou preocupado com minha mãe. Minha mãe com negócio de pressão e tudo… só Deus mesmo. Agora, depois que acontece, não tem jeito. Não tem como voltar, infelizmente”, completou o irmão do professor.
Mauro era professor de história e dava aulas em uma escola do bairro Aparecida, em Cariacica, todas as manhãs. Ele morava no bairro Alecrim, em Vila Velha.
A vitima seguia de moto para casa quando uma bobina de navio caiu de cima da carroceria de uma carreta e atingiu o professor em cheio. Mauro morreu na hora. O acidente foi registrado por câmeras de videomonitoramento.
Irregularidades
Por meio de nota, a Policia Militar informou que havia irregularidades em três bobinas carregadas pela carreta, que não estavam amarradas devidamente. A PM disse ainda que o motorista foi submetido ao teste do bafômetro, que deu negativo com relação à ingestão de álcool.
A empresa responsável pela carreta não quis se manifestar sobre o assunto. Já o delegado Alexandre Campos, que iniciou as investigações do caso, afirmou que o condutor da carreta foi ouvido e liberado porque prestou socorro à vitima.
“Ele parou o caminhão quando ocorreu o acidente e, pela inteligência do artigo 301 do Código de Trânsito Brasileiro, ele vai ser liberado por causa disso. Depois ele vai para casa e aí o inquérito policial vai ser remetido à [Delegacia de] Delitos de Trânsito para a apuração dos eventuais responsáveis. Ele está abalado porque ele só estava realmente dirigindo o caminhão. Quem amarrou as bobinas foi uma empresa terceirizada, não foi nem a empresa onde ele trabalha. Então ele não tem muitas informações”, disse o delegado.
Mauro será velado e enterrado no Cemitério Parque da Paz, em Ponta da Fruta, Vila Velha. Ele era separado da esposa e tinha dois filhos, de 17 e 22 anos.