Volta às aulas: 120 mil alunos da rede particular retornam para ensino presencial no ES
A permissão para reduzir o distanciamento nas salas de aula facilitou as adaptações das escolas, que terão retorno de 100% dos estudantes, mesmo número de antes do início da pandemia, segundo o Sinepe
Aulas 100% presenciais, sem rodízio, em escolas do Espírito Santo passaram a valer nesta segunda-feira (18).
Profissionais e estudantes terão novas medidas de proteção para evitar o contágio da covid-19. De acordo com o presidente do Sinepe (Sindicato das empresas particulares do Espírito Santo), Moacir Lellis, há cerca de 120 mil estudantes de ensino básico matriculados prontos para o retorno.
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A grande maioria das escolas particulares já tinha retornado ao velho modelo, mas uma pequena parcela ainda estava em formato virtual. De acordo com Lellis, isso se deu porque algumas delas não têm espaço suficiente para cumprir a regra de distanciamento que vigorou até então.
A redução de um metro e meio para um metro e vinte centímetros quadrados, facilitou as adaptações das escolas para receber seus alunos.
"Isso contribuiu para algumas das nossas escolas que não tinham a capacidade para ter todos os seus alunos na sala de aula", diz.
Em uma escola de ensino fundamental de Vitória as aulas 100% presenciais começaram em julho, mas a partir de agora as regras podem ficar menos rígidas. De acordo com a diretora escolar Sylvana Torres, além da distância menor na sala de aula, o controle na hora da entrada e saída dos alunos também mudou.
"O acesso era escalonado, agora chegamos todos no mesmo horário, em portões diferenciados. A questão da temperatura também, que era medida todos os dias, agora precisamos desta ferramenta disponível e a atenção."
Alunos e professores estão animados para o retorno
A mudança para o ensino remoto fez com que professores e alunos entrassem para um novo mundo de interatividade. As dificuldades neste modelo de aula fizeram com que todos sentissem saudades das aulas presenciais.
A estudante Lara Scardua, de 11 anos, considera necessário o contato do aluno com o professor. Ela defende que aprende bem mais do que no ensino a distância.
"Quando estamos no presencial aprendemos mais, pois temos contato com nosso professor, pode olhar o quadro, pode explicar melhor sobre o assunto que você tem dificuldade", opina.
Mas não são só os mais novos que pensam desta forma. Os adolescentes também enfrentam dificuldades. Guilherme Rosário, de 15 anos, admitiu que em casa não conseguiu manter a mesma disciplina que tinha na escola.
"Eu me distraía muito. Havia muitas coisas para atrapalhar e não dava para prestar atenção na aula."
De acordo com a professora Lays de Sousa, a afetividade com as crianças dentro da sala de aula é de extrema importância para o ensino.
"Por mais que a gente estivesse ali, por mais que estivéssemos no momento compartilhando com as crianças no virtual, a gente sentia falta de estar na escola presencialmente com a afetividade, olhando nos olhos. Sabemos o quanto isso é importante."
Alunos da rede municipal de Vitória e da rede estadual voltam à sala de aula sem revezamento
As escolas estaduais retornaram às aulas totalmente presenciais, sem o revezamento entre os estudantes. Na rede municipal da Grande Vitória, apenas a Capital optou pelo fim do rodízio e retorno 100% ao presencial.
Para alguns alunos como Layza Vitória de Oliveira, de 16 anos, a medida é positiva. A jovem acredita que o desempenho nas aulas presenciais é melhor do que nas digitais.
"Eu acho que o fim do revezamento foi bom porque assim a gente consegue aprender melhor. Em casa era ruim. A gente precisa do afeto e do carinho dos professores", afirmou.
Apenas Vitória optou pela volta das aulas totalmente presenciais. Na Capital, o retorno sem revezamento começou nesta quarta-feira (13). Segundo a secretária de Educação do município, Juliana Rohsner, o retorno será feito por etapas, começando pelos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
"Nós estamos voltando com os jovens e adultos e, a partir da próxima segunda-feira (18), com os CMEIs e com as EMEFs sem revezamento. É claro que a escola tem um papel educacional, mas em um país desigual, a escola também é um lugar de segurança nutricional e proteção física. Por isso, retornar é um compromisso importante", disse.
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