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Rotatória do Ó não terá nome de soldado que morreu em acidente

Lei que dava à via o nome do soldado Argeu Alves da Costa Neto foi revogada e a rotatória se chamará Sistema Viário Eldes Scherrer Souza

Tiago Alencar

Redação Folha Vitória
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

A Rotatória do Ó, em Morada de Laranjeiras, na Serra, cuja inauguração acontece neste sábado (28), às 9 horas, não vai mais se chamar Rotatória Argeu Alves da Costa Neto, como pretendia uma lei aprovada na Câmara do Municipal da cidade em 2022, e sancionada pelo Executivo municipal no mesmo ano.

A mudança ocorre em função de a família de Argeu, soldado da Polícia Militar que morreu no local em junho do ano passado, após a viatura em que ele estava cair em um buraco aberto na via, negar a homenagem. 

A viúva do militar, Angélica Escafura da Costa, por exemplo, sustentou, em reposta à reportagem do Folha Vit´´oria, nesta sexta-feira (28), nunca ter sido procurada oficialmente para tratar sobre o assunto e que sempre se posicionou de forma contrária à proposta.

"Nunca fui favorável a ele ser homenageado dando nome ao lugar em que  morreu por conta de uma falha do município.  Eu, pelo menos, nunca fui procurada oficialmente para falar sobre essa homenagem; fiquei sabendo por meio de outras pessoas", afirmou.

Com a revogação da lei que dava à Rotatória do Ó o nome do soldado, a via, após sua inauguração, passará a se chamar Sistema Viário Eldes Scherrer Souza, conforme uma norma sancionada pelo prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), e publicada no Diário Oficial do município nesta sexta-feira (27).

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Por meio de uma nota enviada à reportagem, a Prefeitura da Serra reforçou a versão dada pela viúva de Argeu, respondendo que: "A família do soldado recusou a homenagem e, por isso, foi mantido o nome Sistema Viário Eldes Scherrer Souza".

Veja vídeo que mostra como fica o trânsito no local:

Homenagem é citada em processo na Justiça

Corre na Vara da Fazenda Pública Municipal da Serra um processo ajuizado pela viúva do soldado, em que ela cobra da prefeitura indenização por danos morais em função do acidente que vitimou seu marido.

Os autos, cujo andamento foi consultado pela reportagem no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), não trazem informações sobre o valor da indenização cobrado por Angélica, nem o teor da petição.

Foto: Divulgação / PMES/TV Vitória

A Associação de Cabos e Soldados do Espírito Santo (ACS-ES) está assessorando Angélica na esfera jurídica, no que se refere à morte de Argeu. 

Questionada, nesta sexta-feira, se o processo ajuizado contra a prefeitura tinha relação com a homenagem, supostamente feita sem autorização da família de Argeu, a ACS-ES informou não ter detalhes sobre o assunto e que retornaria com mais informações na próxima segunda-feira (30).

Já Angélica, por sua vez, afirmou que o caso envolvendo a homenagem ao soldado é citado, sim, na ação, apesar de não o motivo principal do processo.

A Prefeitura da Serra não respondeu sobre o processo que tramita na Vara da Fazenda Pública do município.

A lei dando à Rotatória do Ó o nome do militar era fruto de um projeto de lei proposto pelo hoje deputado Pablo Muribeca, à época vereador da Serra. Procurado para comentar o caso, o parlamentar disse respeitar a decisão da família do soldado.

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