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Áreas de lazer: como as brincadeiras ao ar livre ajudam no desenvolvimento infantil

Saiba a importância de proporcionar às crianças espaços para brincar, onde elas possam explorar sua imaginação e criatividade com atividades simples

Redação Folha Vitória

Foto: Freepik

Você se lembra das brincadeiras da sua infância? Subir em árvores, brincar de pique-esconde, correr pela rua ou jogar bola até o anoitecer fazem parte das boas lembranças de muitas gerações. Porém, para as crianças de hoje, essas experiências parecem cada vez mais distantes.

O avanço da tecnologia, a urbanização e o aumento da insegurança mudaram também a forma como as crianças se divertem. Como resultado, as telas passaram a dominar grande parte do tempo e da atenção delas, o que traz consequências para o desenvolvimento infantil.

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Especialistas alertam que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets, computadores ou videogames, prejudica a socialização e aumenta os riscos de sedentarismo infantil, o que tem gerado sérios problemas de saúde, como a obesidade.

Em 2023, segundo dados da Secretaria da Saúde (Sesa) do Espírito Santo, mais de 41 mil crianças e adolescentes no Estado estavam em situação de sobrepeso ou obesidade. 

Esse crescimento alarmante se reflete nas internações relacionadas à obesidade infantil, que aumentaram de 150 para 210 casos entre 2020 e 2022, com projeções indicando uma tendência de crescimento de até 20% nos próximos cinco anos.

É importante destacar que o ambiente em que a criança cresce desempenha um papel fundamental no enfrentamento desse problema. A endocrinologista Maria Amélia explica a importância de proporcionar a elas espaços para brincar, onde possam explorar sua imaginação e criatividade com atividades simples.

Foto: TV Vitória
“A atividade física em áreas livres é imprescindível para as crianças. Elas se tornam mais seguras, mais independentes, aprendem os limites e a respeitar os colegas. Uma criança que brinca mais, tem um raciocínio melhor, tem mais foco, tem menos tendência a ser depressiva e, futuramente, vai se tornar um adulto mais ativo", explica. 

De acordo com especialista, crianças que passam muito tempo em frente às telas tendem a apresentar comportamentos mais agressivos, níveis elevados de cansaço, baixo rendimento escolar, dificuldades para dormir e uma propensão a se tornarem mais introspectivas. 

"São brincadeiras simples que causam toda essa interação e, quando você vê, o tempo passou. Se a gente puder trazer os pais para essa realidade do exercício com a criança, isso vai torná-la mais feliz ainda. Além disso, praticar atividade física com seu filho vai trazer saúde para a família inteira”, ressalta a endocrinologista. 

Espaços seguros para uma infância saudável

Em um cenário urbano cada vez mais verticalizado, onde os espaços ao ar livre se tornam escassos, a empresária Carol Lobato, mãe de Letícia, de 9 anos, faz parte do grupo de pais que vê nas áreas de lazer dos condomínios de luxo uma alternativa de proporcionar uma infância mais saudável e segura para os filhos.

Foto: TV Vitória

Ela recorda a época em que fez parte da geração que brincava na rua, jogando queimada, bola e subindo em árvores - experiências que já não são mais comuns para as crianças que vivem nas cidades atualmente. 

"A decisão de comprar o Una foi, principalmente, por conta da Letícia, minha filha de 9 anos. Na entrega do condomínio ela estará com 11 anos, entrando na adolescência. O ponto principal é a segurança. É saber que ela vai poder brincar, correr, andar de bicicleta, patins ou brincar em uma quadra com a proteção de um condomínio fechado", conta. 

O condomínio escolhido por Carol é o Una Residence, que está em construção na Ilha de Monte Belo, em Vitória. O empreendimento oferece uma estrutura completa, incluindo quadras, áreas de convivência, playground, piscinas e espaço kids.

Outro detalhe que chamou a atenção da empresária foi o garage band – um estúdio de música onde Letícia, que toca bateria, poderá ensaiar com privacidade e tranquilidade, sem incomodar os vizinhos. 

Foto: Divulgação
"A cereja do bolo foi o garage band, porque ela toca bateria e vai poder ter até uma banda, se quiser. É uma estrutura do condomínio que vai ser entregue montada, como se fosse um ambiente acústico, para que os músicos possam fazer seus ensaios. É uma torre com 124 unidades habitacionais, então é uma quantidade legal de moradores, onde ela vai poder fazer amizades também, conhecer pessoas, fazer as festinhas dela", afirma a empresária. 

Carol observa que a cidade de Vitória ainda não tinha um condomínio que integrasse um alto padrão construtivo a uma rica variedade de áreas comuns em um formato vertical, com infraestrutura adequada para toda a família e localização privilegiada.

"Isso me remeteu a condomínios verticais que conheci em Santa Catarina. Lá eu achei extremamente inovador e não conhecia isso aqui. A gente via alguns empreendimentos horizontais na Serra, por exemplo, mas no miolo da ilha de Vitória, verticalizado, com toda essa estrutura de áreas comuns para toda a família, eu desconhecia", destacou ela. 

O valor das interações reais na era digital

A psicóloga infantil Talita Espíndula afirma que áreas de lazer como essas são fundamentais para proporcionar experiências que as crianças não conseguem vivenciar no ambiente virtual.

Esses espaços ajudam no desenvolvimento infantil, permitindo que eles explorem, interajam e se divirtam. 

"Na interação com outras pessoas, nós conseguimos ver as reações, quando está chateada ou quando está nervosa, por exemplo. São muitas coisas que aprendemos na interação e não tem como aprender da mesma forma que não seja na prática, jogando com outras pessoas, ao vivo e a cores, percebendo as emoções, entendendo os limites do outro, seu próprio limite. A interação real é insubstituível. Não tem tela que ofereça isso", afirma. 
Foto: TV Vitória

Talita também ressalta que o uso das telas tem sido uma “chupeta eletrônica”, algo muitas vezes confortável para pais e filhos em meio a uma rotina acelerada e cercada por violência. No entanto, ela alerta para os prejuízos dessa prática. 

"Com o mundo violento, é muito mais confortável você deixar a criança em casa, mexendo no celular ou vendo televisão, mas elas estão perdendo o saber brincar, então precisamos mostrar como fazíamos. Temos que sentar junto para mostrar como se faz, porque está confortável dos dois lados. Ter hoje uma área de lazer completa para que a família vá junto é importante para fortalecer os laços. Você está fazendo a criança sair da zona de conforto", conclui a psicóloga. 

Recomendações para o uso de telas

A Sociedade Brasileira de Pediatria aconselha que crianças menores de 2 anos não devem ter qualquer exposição a telas. Para aquelas de 2 a 5 anos, o tempo de uso deve ser restrito a, no máximo, uma hora diária. 

Foto: reprodução / freepik

Crianças entre 6 e 10 anos podem utilizar telas por uma a duas horas por dia, enquanto adolescentes de 11 a 18 anos não devem exceder três horas diárias, incluindo o uso de videogames.

Adicionalmente, a Caderneta da Criança também recomenda que crianças até 10 anos evitem o uso de televisão ou computador em seus quartos e que não tenham smartphones antes dos 12 anos.