Geral

“Levou vida”, diz filha de capixaba que teve órgão doado para paciente no Rio

Órgão de Paulo César Guerra saiu de Vitória e foi levado de avião até o Rio. Carro levou fígado até um hospital. Mega-operação chegou a fechar a Linha Vermelha, uma das principais vias da capital fluminense

Foto: Montagem / Folha Vitória

“Independente da morte você consegue levar uma vida para alguns, isso é um consolo”. Durante o momento de luto, uma família capixaba conseguiu ter empatia e ajudar a salvar a vida de outra pessoa. Após a morte encefálica de Paulo César Guerra, de 55 anos, a filha, Maiana Guerra, decidiu doar os órgãos do pai. 

O órgão saiu de Vitória e foi transportado de avião até o Rio de Janeiro. Do aeroporto, seguiu por um carro da Secretaria da Saúde, em uma operação que fechou nesta terça (1º) a linha vermelha, uma das mais movimentadas da capital fluminense. 

LEIA TAMBÉM:

>> Gêmeos de Colatina completam 1 ano; veja história dos bebês que conquistaram o ES

>> Mulheres compartilham luta contra o câncer de mama em exposição

>> BR-101 em Anchieta terá desvio para obras de duplicação por 20 dias

Em entrevista ao ES no Ar, da TV Vitória/Record, Maiana Guerra descreveu que, após o desligamento da sedação, os médicos informaram que o pai poderia ser um possível doador de órgãos. 

A médica informou o estado, desligaram a sedação e não havia mais retorno. Pela idade do meu pai falaram que ele seria um possível doador. Perguntei quais poderiam ser doados e ela falou as córneas, fígado e os rins, aceitei a doação. Mesmo se alguém da família não quisesse eu poderia decidir”, contou.

Maiana descreve que, ficou surpresa com a possibilidade de doação, mesmo com o pai não seguindo “hábitos saudáveis”. “Na hora dá uma esperança, ele não vivia uma vida muito saudável, fiquei surpresa”.

Muito emocionada, Maiana lembrou que a doação envolve uma grande dualidade de sentimentos. Pois, ao mesmo tempo que se despedia do pai, sabia que estava fazendo uma boa ação com a doação.

Estava vivendo o luto de viver os trâmites da liberação do corpo, autorização da doação e a família deles iria estar feliz. Eles estão comemorando. Mas não fiquei mal por eles, me fez sentir bem, porque se fosse eu ficaria feliz“, descreve. 

“Sentimento de empatia”

Durante a entrevista, Mariana destacou que no momento da doação a empatia atinge a família que ainda vive o luto. 

“Rola um sentimento de empatia. A pessoa estaria ali recebendo a notícia da doação e uma vida melhor para o outro é uma sensação inexplicável, independente da morte você consegue levar uma vida para alguém, é surreal, é um consolo”.

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtor Web
Produtor Web
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória