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Horário de verão: entenda impactos da medida estudada no governo Lula para a saúde

A mudança de horário, entretanto, não afeta apenas a rotina logística e energética do País. Há também evidências de que essa brusca alteração pode causar impactos diretos na saúde

Leiri Santana

Redação Folha Vitória
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O retorno do horário de verão, extinto em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, está sendo analisado pelo governo Lula (PT) e pode ser retomado em breve. A medida, que tem como principal objetivo reduzir a demanda energética em períodos críticos, como o atual cenário de seca nos reservatórios, é defendida pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

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O órgão sugere que a alteração pode evitar o aumento do uso de usinas térmicas, que encarecem as tarifas de energia. No entanto, o setor aéreo pede 180 dias para adaptação das rotas de voos, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já discutiu o tema para prevenir impactos no segundo turno das eleições municipais.

IMPACTOS NA SAÚDE

A mudança de horário, entretanto, não afeta apenas a rotina logística e energética do país. Há também evidências de que essa brusca alteração pode causar impactos diretos na saúde, conforme explica o médico Dr. Vital

Nosso corpo segue ciclos naturais, e o sono-vigília é um dos mais importantes. O ciclo circadiano regula quando dormimos e acordamos, de acordo com nossa rotina, e quando fazemos mudanças bruscas, isso pode bagunçar esse ciclo”, alerta o especialista.

Essa desregulação do ciclo circadiano pode resultar em distúrbios do sono, cansaço excessivo e até mesmo problemas de humor, como irritabilidade e dificuldade de concentração. 

Além disso, o desconforto causado pela mudança de horário é amplamente reconhecido por estudos. Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), realizada em 2017, revelou que 45% dos 12.467 participantes relataram sentir desconforto após a adoção do horário de verão. Esse fenômeno, conhecido como "jet lag social", pode desencadear fadiga, alterações metabólicas e até aumentar o risco de doenças crônicas como diabetes, depressão e ganho de peso.

QUAIS OS RISCOS?

Além dos dados nacionais, uma pesquisa da Universidade Colorado Boulder, nos Estados Unidos, publicada em 2020, trouxe à tona preocupações ainda mais graves. Segundo o estudo, houve um aumento de 6% em acidentes fatais e hospitalizações por acidentes vasculares cerebrais (AVC) nos dias seguintes à mudança de horário. Outro dado alarmante é o aumento no risco de ataques cardíacos nas semanas posteriores à alteração.

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ADAPTAÇÃO

Com a possibilidade do retorno do horário de verão, especialistas sugerem que a adaptação gradativa seja uma aliada para minimizar esses efeitos na saúde. "Mudar os horários de sono gradualmente, dias antes da mudança oficial, pode ajudar a minimizar o impacto no ciclo circadiano", recomenda Dr. Vital. Contudo, ele alerta que a resposta varia de pessoa para pessoa, especialmente para aqueles com rotinas mais rígidas.

A medida, que visa reduzir os custos com energia e melhorar a eficiência no uso dos recursos naturais, também deve considerar os impactos sobre a saúde da população. O equilíbrio entre economia de energia e bem-estar social será um desafio para o governo na avaliação do retorno do horário de verão.






















Existem algumas evidências de que a mudança brusca de horários causada pela medida pode ter impactos na saúde, afirma o médico Dr. Vital

O governo Lula (PT) deve decidir na próxima semana se retoma o horário de verão, visando reduzir a demanda energética devido à seca nos reservatórios.

O Ministério de Minas e Energia (MME) defende a medida para evitar maior uso de usinas térmicas, que encarecem as tarifas. Contudo, o setor aéreo critica a decisão, pedindo 180 dias para adaptação dos voos.

O retorno do horário, extinto em 2019 por Jair Bolsonaro, também foi discutido com o TSE para evitar impactos no segundo turno das eleições municipais.

Possíveis impactos da medida na saúde

Um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em 2017 revelou que 45% dos 12.467 participantes relataram desconforto após a mudança de horário, conhecida como "jet lag".

Esse fenômeno pode causar fadiga, distúrbios do sono e alterações metabólicas, aumentando o risco de ganho de peso, diabetes e depressão.

Outro estudo, realizado na Universidade Colorado Boulder, nos Estados Unidos em 2020, também indicou um aumento de 6% em acidentes fatais e hospitalizações por AVC nos dias após a troca de horário, além de um risco elevado de ataques cardíacos nas semanas seguintes .

Os ritmos biológicos

De acordo com o médico Dr. Vital, nosso corpo tem ciclos que se moldam ao nosso estilo de vida e podem sofrer com alterações bruscas de rotinas.

“O nosso corpo segue ciclos naturais, e o sono-vigília é um dos mais importantes. O ciclo circadiano regula quando dormimos e acordamos, de acordo com nossa rotina e quando fazemos mudanças bruscas, como alterar horários, isso pode bagunçar esse ciclo”.

“Essa desregulação pode causar problemas como insônia, cansaço excessivo, dificuldade de concentração e até mudanças de humor”, alerta Dr. Vital.