Mães, filhas, irmãs, amigas, companheiras… mulheres.
E que por serem mulheres são agredidas. No Espírito Santo, de janeiro a outubro deste ano, 30 mulheres foram assassinadas só pelo fato de serem mulheres. O número já é maior do que o ano passado inteiro e diz mais sobre os agressores do que sobre as vítimas.
Imagine você conviver com alguém que não admite suas escolhas, suas vontades. Homens que se comportam como se donos fossem de outra pessoa, que não suportam, por exemplo, o fim de um relacionamento.
Nesse momento, é exatamente isso que pode estar acontecendo na casa vizinha, no apartamento ao lado, com alguém do seu convívio.
Até setembro, quase 14 mil mulheres procuraram as delegacias especializadas. Essas são aquelas que encontraram força e coragem para denunciar a violência doméstica, física e psicológica. De acordo com as organizações sociais que trabalham com essa temática, boa parte vive a violência em silêncio, sufoca a dor, o medo, a vergonha.
Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que amplia as penas para crimes de calúnia, difamação e injúria no contexto da violência doméstica. Entre os pontos positivos estão a possibilidade de afastar o agressor do lar quando constatado o risco iminente à vida ou à integridade física e psicológica dos dependentes, e a possibilidade do juiz decretar o uso de tornozeleira eletrônica para o agressor preso em flagrante.
Além disso, além da própria vítima, o Ministério Público poderá oferecer a denúncia nos casos de violência doméstica. O projeto precisa ser aprovado ainda no Senado Federal.
É um passo importante, mas que deve, urgentemente, ser ampliado em termos de políticas públicas que garantam apoio às mulheres agredidas, de um lado e, de outro, que ajudem a transformar a questão cultural do machismo na nossa sociedade.
Esse é um problema de todos nós, sem distinção de gênero!