O pai da Selena Sagrillo, de 12 anos, adolescente morta durante um atentado a duas escolas em Aracruz, Região Norte do Espírito Santo, gravou um vídeo onde desabafa sobre o que viveu nos últimos dias.
Com a voz bastante embargada, Erik Serafim Zucolotto começa contando como foi receber a notícia do que havia acontecido e os primeiros momentos assim que chegou ao local .
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“Nessa sexta-feira, eu passei pela pior tortura que eu jamais poderia imaginar. Eu recebi a notícia cedo sobre o ocorrido na escola e ninguém soube dizer exatamente o que estava acontecendo. Só disseram que as crianças fugiram da escola e estavam na praça. Eu corri até a praça procurando a Selena e eu não encontrei ela lá”.
Erick lembra ainda como foi ter que reconhecer o corpo da própria filha já no Departamento Médico Legal, em Vitória.
“Nós ficamos na escola até o momento em que o corpo foi levado e aí começou a segunda parte da minha tortura em que eu precisei ir para Vitória, reconhecer o corpo da minha filha deitado naquela mesa gelada, morta”, disse o pai da adolescente.
No vídeo, ele também relata a dor imensa que tem sentido após todo o ocorrido e diz que, desde então, passa o dia apenas olhando para o nada.
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Erick comentou que não iria se pronunciar, mas após ter visto a entrevista do pai do atirador ao repórter Ari Peixoto, da RecordTV, mudou de ideia e disse que vai processar a família do atirador.
“Eu não havia dado nenhuma entrevista, eu não tinha condições de fazer isso. Agora a pouco eu vi uma declaração do pai do assassino admitindo que o filho fez uma coisa horrível, mas para respeitar a dor dele. Eu não aguentei isso e não aguento. Eu tinha que dar a minha declaração também, a minha parte da história e dizer que o mínino que a gente vai buscar agora é a justiça”, afirmou.
Tragédia em escolas de Aracruz deixou quatro mortos
Duas escolas de Aracruz foram alvos de ataques na manhã da última sexta-feira (25). O atirador começou os ataques na Escola da Rede Estadual Primo Bitti e, em seguida, foi para o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC).
Os ataques foram realizados por um adolescente, de 16 anos, que foi apreendido na tarde de sexta-feira. Segundo a polícia, ele confessou o crime e disse que planejou os ataques por dois anos. O jovem é ex-aluno de uma das escolas.
Para cometer o crime, o adolescente usou uma pistola .40, que pertence a um tenente da Polícia Militar, pai do jovem, e um revólver calibre 38, arma particular do policial.
O adolescente não terá o nome divulgado por ser menor de idade. No momento do ataque, ele usava roupa camuflada, uma máscara de caveira e um bracelete com o símbolo nazista.
O suspeito chegou ao local a bordo de carro no modelo Renault Duster, cor dourada e com as placas cobertas. Ele entrou na escola estadual, onde atirou contra professoras. Duas delas morreram no local e uma terceira morreu no hospital.
Em seguida, ele entrou no carro e se dirigiu para a escola particular, onde entrou correndo e efetuou diversos disparos. Uma adolescente morreu.
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