Autoridades e especialistas debatem mudanças climáticas em Vitória
Estudo recente do observatório europeu Copernicus aponta que 2023 será o ano mais quente dos últimos 125 mil anos
O Espírito Santo sediou, na tarde desta quinta-feira (09), o evento Governança Climática e Financiamento Climático: caminhos para a implementação nos estados brasileiros”, que reuniu autoridades e especialistas para discutir os efeitos das mudanças climáticas no Brasil.
O evento aconteceu no Palácio Anchieta, em Vitória, e foi um preparativo para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP 28), que acontece de 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
A preocupação com o tema se baseia principalmente em estudo recente do observatório europeu Copernicus, publicado na última quarta-feira (08), que indica que 2023 será o ano mais quente em 125 mil anos.
No Espírito Santo, os efeitos já são sentidos. Não apenas com a chegada do verão, o clima no Estado está mais quente. De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), neste fim de semana, a temperatura em algumas regiões pode chegar a 41º.
De acordo com Guilherme Syrqis, diretor-executivo do Centro Brasil no Clima, a situação já é irreversível, e que diversas catástrofes naturais já podem ser notadas no país por conta do aquecimento global.
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"Esse vai ser o ano mais quente em 125 mil anos, a gente está com desastres terríveis acontecendo. A gente viu o que aconteceu em São Paulo com a questão da luz, a gente viu o que aconteceu no Rio de Janeiro, no início do ano, com relação às chuvas em Petrópolis, no Rio Grande do Sul. Infelizmente a gente já perdeu o controle, é irreversível. A gente vai precisar discutir como adaptar as cidades para passar por essa situação complicada", disse.
Segundo o secretário de meio-ambiente, Felipe Rigoni, que esteve no evento, apesar das dificuldades, o Espírito Santo se encontra na vanguarda da preservação ambiental em todo o país.
"A gente já tem o maior programa de PSA, que é o pagamento de serviços ambientais, que é o nosso programa Reflorestar, mais de R$ 100 milhões aplicados, mais de 20 mil hectares de florestas ou mantidas ou replantadas. Temos uma liderança importante nesse sentido"
O governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que as soluções passam por financiamento de novas fontes de energia e reflorestamento e medidas de adaptação.
"Esse assunto de clima precisa sair da conversa, do discurso, da preocupação, e partir para a prática, para a gente poder executar as tarefas que precisamos executar. O debate hoje também é de como buscar financiamento para que a gente possa ter ações que capturem carbono da atmosfera, com reflorestamento, com mudança de fontes de energia, e ações de adaptação.
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*Com informações do repórter Lucas Pisa, da TV Vitória/Record