Guerra

Bebê capixaba em Gaza está em lista de espera para voltar ao Brasil

A criança é filha de pais palestinos e está no país árabe com a mãe e outros quatro irmãos

Guilherme Lage

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação/ FAB

Uma bebê nascida em Vila Velha está na lista de suplentes para repatriação na Faixa de Gaza, na Palestina. A criança é filha de pais palestinos e está no país árabe junto da mãe e dos outros quatro irmãos. 

A família está em uma segunda lista para retornar ao Brasil, ainda sem prazo, uma vez que o primeiro grupo, formado por 34 brasileiros, acabou não conseguindo deixar a região de conflito nesta sexta-feira (10). O motivo foi o fechamento novamente da passagem de Rafah, que separa a Faixa de Gaza do Egito.

Segundo a professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ufes, Brunela Vincenzo, que tenta a repatriação da bebê e dos familiares, a família foi ao país de origem em março para conseguir o visto de permanência no Brasil para os outros quatro filhos do casal. 

"A lei brasileira permite que a mãe permaneça no país para sempre, é chamada residência permanente. O pai tem uma residência provisória, que é renovada periodicamente, os irmãos têm este mesmo direito. Como o processo demorou um pouco, o pai precisou voltar ao Brasil para trabalhar", explicou a professora. 

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Brunela é coordenadora de um projeto da Cátedra Sergio Vieira de Mello, da Ufes, em parceria com a Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR Brasil), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). 

Ela foi procurada pelo sheik Mohammed Bakarat, responsável pela única mesquita do Espírito Santo, para ajudar no processo de repatriação ao lado do pai. 

"A família não consegue mais voltar, está lá desde o início do conflito. O pai já entrou em contato com a Sala de Negócios, e com a embaixada brasileira na Cisjordânia", relatou. 

A professora entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores, com a ONU, em Brasília, e também com representantes da presidência da República para trazer a família de volta. 

"O pai pediu à embaixada que os colocasse na lista para repatriação, mas não conseguiram, pois já estava cheia. Eles estão em uma lista de suplência, que é uma lista bem fluida, então não há uma previsão exata", explicou. 

Família ainda está no Norte de Gaza

Segundo relato da professora, a família ainda se encontra no Norte de Gaza, região que já recebe incursões terrestres do exército de Israel e que mais sofreu ataques desde o início do conflito.

Segundo ela, a embaixada brasileira já orientou aos familiares que se movimentem para o sul, para ficar em casas com outras pessoas, mas por conta do conflito, a família não consegue se locomover pela região. 

"A embaixada mandou eles descerem para o sul de Gaza, mas sempre que tentam, acontece algum bombardeio. Eles não conseguiram descer, ainda estão no norte, onde já começaram as incursões terrestres". 

Ainda de acordo com Brunela, ainda não há informações sobre o estado de saúde da bebê ou da família, ou se estão feridos. 

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