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Black Friday 2024: como evitar compras compulsivas e se dar bem?

Psicólogo compartilha cinco estratégias práticas para evitar compras por impulso e preservar a saúde emocional e financeira durante a Black Friday

Foto: Divulgação

Com a chegada da Black Friday, consumidores de todo o país se preparam para aproveitar ofertas tentadoras. Porém, para alguns, o evento anual representa um verdadeiro desafio emocional e financeiro. 

O consumo impulsivo, estimulado por promoções agressivas e campanhas publicitárias, pode levar a consequências graves, como endividamento e sentimentos de culpa. 

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O psicólogo e especialista em reabilitação e neuropsicologia, Márlon de Souza, compartilha estratégias práticas para ajudar os consumidores a evitarem armadilhas emocionais e financeiras durante a maior promoção do ano.

POR QUE A BLACK FRIDAY É UM GATILHO PARA COMPRAS IMPULSIVAS?

A compulsão por compras, conhecida como oniomania ou Transtorno do Comprar Compulsivo (TCC), afeta entre 2% e 8% da população mundial, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mulheres representam entre 80% e 94% dos casos, evidenciando que o problema tem raízes tanto emocionais quanto sociais.

Durante a Black Friday, fatores como a pressão do tempo limitado, a percepção de exclusividade das ofertas e o medo de “perder uma oportunidade única” alimentam impulsos de consumo descontrolados. Márlon de Souza explica:

“Uma boa oportunidade de compra é aquela que atende a uma necessidade real, acompanhada de pesquisa prévia sobre preço, garantias e prazos de entrega. A compra impulsiva, por outro lado, ocorre sem essas informações, sendo motivada principalmente por emoções momentâneas.”

Foto: Reprodução

CONSEQUÊNCIAS EMOCIONAIS DO CONSUMO IMPULSIVO

Ceder a esses impulsos pode levar a uma série de consequências psicológicas negativas. Sentimentos como culpa, arrependimento e perda de controle sobre as próprias ações são comuns entre os consumidores que se deixam levar por ofertas irresistíveis. 

O psicólogo alerta que esses sentimentos podem evoluir para problemas mais sérios, como baixa autoestima e até quadros de ansiedade e depressão.

“O sentimento de culpa e a raiva de si mesmo são recorrentes em pessoas que realizam compras compulsivas. Esses sentimentos, muitas vezes, criam um ciclo vicioso, onde o consumo é utilizado como uma forma de aliviar o mal-estar, perpetuando o comportamento,” destaca Souza.

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Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil

DICAS PARA EVITAR COMPRAS COMPULSIVAS

Márlon de Souza compartilha cinco estratégias eficazes para quem deseja manter o controle emocional e financeiro durante a Black Friday:

1. Reconheça suas emoções antes de comprar

Antes de realizar qualquer compra, reserve um momento para refletir sobre o que está sentindo. Escreva em um papel ou aplicativo as emoções que surgem no momento da decisão, avaliando sua intensidade em uma escala de 1 a 5. Pergunte-se por que deseja fazer a compra tantas vezes quanto a pontuação atribuída à emoção.

“Se a alegria está em nível 5, questione cinco vezes o motivo da compra. Essa técnica ajuda a tornar o processo mais racional,” orienta o psicólogo.

2. Planeje suas compras com antecedência

Elabore uma lista de itens que realmente precisa e estabeleça um orçamento. Isso ajuda a evitar compras motivadas pelo momento e impede gastos excessivos. Além disso, pesquise preços antes da Black Friday para garantir que as ofertas sejam, de fato, vantajosas.

3. Estabeleça metas financeiras e pessoais

Pense em objetivos de médio e longo prazo que podem ser comprometidos pelo consumo excessivo. Isso pode incluir viagens, cursos, investimentos ou até mesmo a criação de uma reserva financeira para emergências.

“Visualizar o que pode ser alcançado ao evitar compras desnecessárias fortalece a resistência ao impulso,” explica Souza.

Foto: Freepik

4. Evite gatilhos de consumo

Reduza a exposição a anúncios e promoções. Descadastre-se de newsletters, silencie notificações de aplicativos de compras e evite navegar em sites de varejo sem objetivo claro.

“O ambiente virtual é projetado para estimular o consumo. Controlar o que você vê ajuda a reduzir os impulsos,” recomenda o especialista.

5. Busque apoio emocional

Se você percebe que as compras estão causando problemas emocionais ou financeiros, considere buscar ajuda profissional. Terapias focadas no autoconhecimento e na regulação emocional podem ajudar a identificar os gatilhos que levam ao consumo impulsivo e desenvolver estratégias saudáveis de enfrentamento.

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O PAPEL DO AUTOCONHECIMENTO NO CONTROLE DO CONSUMO

De acordo com o psicólogo, o autoconhecimento é uma ferramenta poderosa para quem busca controlar os impulsos de compra. Identificar os fatores que desencadeiam o comportamento e trabalhar para transformá-los é essencial.

“A terapia ajuda o indivíduo a compreender sua história de vida e como ela influencia suas emoções e comportamentos. A partir disso, é possível desenvolver um hedonismo responsável, buscando prazer de forma sustentável,” afirma Márlon.

“O planejamento permite equilibrar os desejos de consumo com a necessidade de manter uma saúde financeira e emocional. Assim, é possível aproveitar promoções como a Black Friday de forma consciente e sem prejuízos,” conclui o psicólogo.

Foto: Divulgação

APROVEITE A BLACK FRIDAY COM TRANQUILIDADE

A Black Friday pode ser uma excelente oportunidade para economizar, desde que o consumo seja planejado e alinhado às suas necessidades e prioridades. Ao seguir essas dicas, você pode evitar armadilhas emocionais e aproveitar as promoções sem comprometer sua saúde financeira e emocional.

Se sentir dificuldade em controlar os impulsos, lembre-se de que buscar ajuda é um ato de coragem e cuidado consigo mesmo. Afinal, o verdadeiro valor de uma compra está naquilo que ela agrega à sua vida, e não no prazer momentâneo de um desconto.

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Laísa Menezes, repórter do Folha Vitória
Laísa Menezes

Repórter

Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Viçosa, pós-graduanda em Branding pela Universidade Castelo Branco, Alumni do Susi Leaders (Ed. 2023). Atua no Folha Vitória desde maio de 2024.

Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Viçosa, pós-graduanda em Branding pela Universidade Castelo Branco, Alumni do Susi Leaders (Ed. 2023). Atua no Folha Vitória desde maio de 2024.