ES tem cerca de 600 mil pessoas em 516 favelas; Cariacica lidera o ranking
Dados são do IBGE e apontam que a Serra tem o maior número de pessoas vivendo em favelas e comunidades no Espírito Santo. Veja os bairros onde elas estão
O Espírito Santo possui ao todo, conforme dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8), 516 favelas, sendo quase 600 mil pessoas vivendo nesses locais. Isso representa 15,6% do total da população estadual.
O Estado aparece em 9ª posição no ranking nacional, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará, Ceará, Minas Gerais, Paraná e Bahia.
A cidade de Cariacica, localizada na Grande Vitória, é o município com maior número de favelas em território capixaba, totalizando 79.
Após Cariacica, aparecem no ranking das 10 primeiras cidades: Serra, com 68 favelas e comunidades; Vila Velha (61); Vitória (43); Cachoeiro de Itapemirim (38); São Mateus (28). Colatina (27); Guarapari (23); Linhares (17); Barra de São Francisco (13) e Viana (12).
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No levantamento geral, o Brasil possui cerca de 16,4 milhões de pessoas vivendo em áreas de favela, o que corresponde a 8,1% da população total do país.
Entre os critérios de avaliação para um local ser considerado favela ou comunidade urbana estão: insegurança jurídica da posse, precariedade em serviços públicos, edificações e infraestrutura feitas pela própria comunidade, além de localização em áreas restritas à ocupação.
Confira o ranking de favelas nos 78 municípios do Espírito Santo:
Além do número de favelas em cada município, o IBGE também realizou um levantamento da quantidade de pessoas que vivem nas comunidades. Em todo o Espírito Santo, nas 516 favelas, vivem 598.377 habitantes.
Mesmo Cariacica sendo a região com maior número desse tipo de comunidade, a Serra lidera o ranking de número de pessoas nessas áreas, com 113.048 habitantes.
No Espírito Santo, segundo o Censo do IBGE, 66,3% das favelas e comunidades urbanas tinham menos de 500 domicílios.
VEJA O RANKING DE MORADORES:
Bairros de Vila Velha e Serra em destaque
O IBGE também apresentou um mapeamento dos bairros onde estão localizadas as favelas e comunidades em cada estado.
No Espírito Santo, no ranking das 20 maiores, o destaque fica para bairros de Vila Velha e Serra, que ocupam as cinco primeiras posições.
Barramares, em Vila Velha, lidera com 9.294 habitantes. Em seguida, vem Novo Horizonte, na Serra, com 8.844 pessoas.
VEJA O RANKING POR BAIRRO:
QUAL A DIFERENÇA ENTRE COMUNIDADES E FAVELAS?
O Censo 2022 marcou o retorno dos termos “favela” e “comunidade urbana” pelo IBGE após um intervalo de 50 anos.
Entre 1950 e 1970, o termo utilizado foi “favela”. A partir de 1970, o instituto substituiu por expressões como "aglomerados urbanos excepcionais", "setores especiais de aglomerado urbano" e "aglomerados subnormais".
A mudança foi anunciada em janeiro deste ano, com base em uma demanda dos próprios moradores por maior reconhecimento.
O termo “comunidades urbanas” foi escolhido para englobar locais onde “favela” não é o termo mais comum, sendo substituído por denominações como ocupações, quebradas, grotas, baixadas, alagados, vilas, ressacas, mocambos, palafitas, loteamentos informais e vilas de malocas, entre outras.
Critérios do IBGE para caracterizar favelas ou comunidades urbanas:
• Predominância de domicílios com graus diferenciados de insegurança jurídica da posse;
• Localização em áreas com restrição à ocupação, como áreas de rodovias e ferrovias, linhas de transmissão de energia e áreas protegidas, ou de risco;
• Precariedade de serviços públicos essenciais, como iluminação elétrica domiciliar, abastecimento de água, esgoto sanitário e coleta de lixo regular;
• Predominância de edificações, arruamento e infraestrutura geralmente feitos pela própria comunidade, com parâmetros diferentes dos definidos pelos órgãos públicos;
• Ausência ou oferta incompleta e/ou precária de serviços públicos (iluminação elétrica pública e domiciliar, abastecimento de água, esgotamento sanitário, sistemas de drenagem e coleta de lixo);
• Predominância de edificações, arruamento e infraestrutura geralmente feitos pela própria comunidade, com parâmetros diferentes dos definidos pelos órgãos públicos.