Mecânico faz homenagem para a filha que se formou em medicina: "A favela venceu"
Com esforço coletivo, uma família da zona leste de São Paulo superou desafios para formar a primeira médica da família
Uma história de superação e união familiar tem chamado atenção na internet. Natália Fernandes Corrêa Silva, de 24 anos, filha de um mecânico e de uma enfermeira, acaba de realizar o sonho de se tornar médica.
A conquista foi de toda sua família, que enfrentou grandes desafios para ajudá-la a alcançar esse sonho. Em entrevista ao Jornal da Record, a menina relembra sobre os desafios durante os anos de faculdade:
"O padrão de vida do curso é bastante exigente. Alimentação, material, cursos que temos que fazer para se diferenciar no mercado de trabalho... Tudo isso era custeado pelos meus pais."
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Filha de Janilton, mecânico, e Alexsandra, enfermeira, Natália cresceu na zona leste de São Paulo e desde cedo sonhava em cuidar de pessoas, inspirada pela profissão da mãe.
Mas, o sonho de cursar medicina parecia distante devido aos altos custos da faculdade, que chegavam a cerca de R$ 12 mil por mês.
A família, determinada a ajudar, vendeu o carro, móveis e outros objetos de valor para garantir que Natália pudesse seguir sua trajetória acadêmica.
“Eu perguntei se ela tinha certeza, porque são 06 anos para abdicar de muitas coisas, baladas, festas." relembra Alexsandra, que também precisou abrir mão de algumas coisas para priorizar os estudos da filha.
Até mesmo o irmão caçula de Natália, Leonardo, de 15 anos, abdicou de alguns sonhos para contribuir com a renda da casa.
O ORGULHO DA FAMÍLIA
Após seis anos de muito esforço e dedicação, Natália se formou médica, um marco que trouxe imensa alegria e orgulho para a família.
Para celebrar, seu pai, Janilton, encontrou uma forma singela, mas impactante, de compartilhar a conquista com o bairro: uma faixa amarela pendurada na fachada da oficina mecânica, com os dizeres: “Eu quero presentear a minha linda donzela não é prata e não é ouro. É uma coisa bem singela. E vou mandar pendurar, uma faixa amarela! Dra Natália Cofer: A Favela Venceu!”.
O gesto simples, que é uma referência à uma música do Zeca Pagodinho, emocionou a comunidade local e rapidamente viralizou nas redes sociais, inspirando pessoas de todo o Brasil.
“Não podia fazer uma festa grande, então decidi colocar a faixa para todo mundo ficar sabendo quem era a Natália e quem era eu”, disse Janilton, emocionado.
UM LEGADO DE INSPIRAÇÃO
A conquista de Natália vai além do título de médica. Carregando o sobrenome "Cofer", uma junção dos sobrenomes Correia e Fernandes, ela homenageia os pais que tanto fizeram para apoiá-la.
“Pra gente é gratificante que ela entendeu a nossa mensagem. Que ela seja muito feliz”, conclui Janilton.