Na última terça-feira (27) os rodoviários acenaram para a possibilidade de greve e solicitaram um reajuste de 4% mais a inflação nos salários e no tíquete de alimentação, além de plano de saúde. O edital foi publicado na quinta-feira (29). Em uma audiência de conciliação entre a categoria e as empresas na tarde desta sexta-feira (30), o Setpes e a GVBus oferecem uma contraproposta de reajuste de 3% no salário dos trabalhadores.
Contudo, segundo o representante do Sindirodoviários, Lucio Lima, a proposta não atende o que a categoria almeja. Dessa maneira, uma nova assembleia irá acontecer neste domingo (2) para decidirem se aceitarão ou não a proposta apresentada. De acordo com o edital divulgado pelo sindicato na última quinta-feira, durante a paralisação, apenas 30% da frota de ônibus estará em circulação.
A maior parte das greves da categoria aconteceu em contexto de buscas por melhorias e reajustes para os trabalhadores rodoviários, contudo, outras paralisações já aconteceram em razão da insegurança.
Relembre as paralisações para reivindicar segurança
Em fevereiro de 2017, durante a paralisação da Polícia Militar do Espírito Santo, a operação da frota dos coletivos na Grande Vitória também foi suspensa. A greve dos rodoviários teve início em uma quarta-feira, no 08 de fevereiro e o sistema voltou a operar somente no sábado, dia 10.
Na época, o então presidente do Sindicato dos Rodoviários, Edson Bastos, afirmou que a categoria estava correndo perigo sem a presença de policiamento nas ruas. “Tivemos vários fatos desfavoráveis à nossa categoria , como assaltos, armas na cabeça de motorista obrigando o mesmo a invadir uma loja para os meliantes poderem assaltar, tivemos também um motorista indo pro trabalho que foi fechado por bandidos e tendo sua moto roubada sofrendo várias escoriações pelo corpo”, relatou.
Em outubro de 2016, os rodoviários decidiram paralisar totalmente as atividades após a morte de um motorista, em Vila Velha. José Francisco Xavier Alves, 48 anos, foi atingida nas costas por um tiro, que teria sido disparado acidentalmente.
Em maio do mesmo ano, o Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo anunciou uma outra greve. Logo após o anúncio, trabalhadores foram até a sede da Procuradoria Regional do Trabalho da 17ª Região para falar sobre os verdadeiros motivos da paralisação. O sindicato alegou que o motivo seria a falta de segurança para motoristas, cobradores e passageiros do transporte público da Grande Vitória. No entanto, os trabalhadores que procuraram o MPT disseram, em depoimento, que o real motivo da greve estava relacionado com a política interna da categoria. A paralisação durou apenas algumas horas e os ônibus voltaram a circular normalmente no mesmo dia.