"Não há morte de criança que justifique vacina emergencial", afirma Bolsonaro
O posicionamento de Bolsonaro confere com as declarações sobre vacinação infantil do ministro da Saúde Marcelo Queiroga
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o número de mortes de crianças por covid-19 no Brasil não justifica uma vacinação emergencial. A declaração foi feita após o governo alongar a decisão sobre a imunização de crianças de 5 a 11 anos mesmo após a Anvisa autorizar o procedimento.
"Não está havendo morte de criança que justifique algo emergencial", disse Bolsonaro em entrevista a jornalistas no Palácio da Alvorada. Na quinta-feira, 23, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo vai vacinar as crianças apenas mediante prescrição médica e a assinatura de um termo de consentimento pelos pais e responsáveis.
A aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos foi autorizada há mais de uma semana pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não tem data de início prevista.
O Ministério da Saúde abriu uma consulta pública sobre a exigência de prescrição médica, medida criticada por especialistas. "Uma pergunta: está morrendo criança de 5 a 11 anos que justifique algo emergencial? Está vendo como é duro discutir? É pai que decide, em primeiro lugar. Eu não quero determinar nada para a saúde."
O posicionamento de Bolsonaro confere com as declarações de Queiroga sobre a vacinação infantil, embora as estatísticas da própria pasta mostrem que uma criança nessa faixa etária morreu a cada 2 dias por covid-19 desde o início da pandemia. Conforme o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, ao menos 1.148 crianças de 0 a 9 anos morreram de covid no Brasil desde o início da crise. O número supera o total de mortes infantis por doenças com vacinas existentes.