ES confirma epidemia de gripe e pede que população evite procurar PAs e UPAs
De acordo com a Sesa, a demanda crescente dos últimos dias não tem resultado, até o momento, em um maior número de internações e óbitos
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) admite que o Espírito Santo vive hoje uma extensão da epidemia de gripe, causada pelo vírus Influenza, que vem atingindo o estado do Rio de Janeiro e de São Paulo nos últimos dias.
Em diversas cidades capixabas, é possível perceber um aumento significativo de pessoas procurando serviços de saúde, queixando-se de sintomas gripais, como tosse, coriza, dor de garganta, febre, entre outros.
Na Grande Vitória, há registros de superlotação em unidades de saúde como a de Alto Lage, em Cariacica; Glória, em Vila Velha; Praia do Suá, em Vitória; Carapina, na Serra; e Arlindo Vilaschi, em Viana.
O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, confirmou que houve, de fato, um crescimento da ocorrência de síndromes gripais no Espírito Santo, nos últimos dias, mas que essa demanda crescente não tem resultado, até o momento, em um maior número de internações e óbitos.
Em um comunicado endereçado aos profissionais de saúde, a Sesa informou que, nas últimas duas semanas, a procura por Unidades de Pronto Atendimento superou a quantidade estimada para época, no Espírito Santo.
Além disso, foi constatado um aumento de exames positivos para a presença do vírus Influenza. Em outubro, segundo a Secretaria da Saúde, a taxa de positividade para esse tipo de exame era de 0,04%. Já em dezembro, até segunda-feira (13), essa taxa saltou para 7,3% em todo o estado.
De acordo com o secretário, a grande maioria dos pacientes infectados pelo vírus da gripe apresenta sintomas leves da doença e, por isso, a recomendação é de que essas pessoas evitem procurar serviços de urgência e emergência, como UPAs e PAs.
"Os perfis dos pacientes são quadros leves, ambulatoriais, e devem ser avaliados pela atenção básica. Por isso, procure as unidades de saúde da família do seu bairro, da sua comunidade, para que nelas também seja notificada a possibilidade de suspeita da covid-19, para que façam um teste de antígeno, ou colete RT-PCR, e sejam devidamente notificados".
Vacina contra a gripe pode ser aplicada junto com a da covid-19
Nésio Fernandes destacou ainda a necessidade de a população procurar se imunizar também contra o vírus Influenza, além de completar seu esquema vacinal contra a covid-19.
"A principal estratégia de enfrentamento à Influenza, assim como a covid-19, é a vacinação. Nós estamos convidando a população que procure a vacinação da gripe, ao mesmo tempo em que você atualize também seu esquema contra a covid-19. As duas vacinas podem ser aplicadas ao mesmo tempo", frisou.
De acordo com a Sesa, atualmente, a cobertura vacinal da gripe no Espírito Santo é de 78,6%, sendo que a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de que ela seja de pelo menos 90%.
Por isso, o Estado pactuou com os municípios a oferta da vacina da Influenza a todos os cidadãos com mais de seis meses de idade que buscarem os serviços de vacinação.
"O Estado pactuou com os municípios a aplicação, nos próximos 15 dias, de meio milhão de doses de vacina contra Influenza, com uma meta de 50 vacinas/dia para cada posto de vacinação", informou o secretário.
Segundo a Sesa, para os municípios que realizam ações contra a covid-19 em shopping centers, praças, unidades móveis ou comércios, também há a oferta da vacina contra a gripe concomitante.
Outra ação que os municípios têm realizado é a busca ativa dentro do próprio território por pessoas dos grupos prioritários (crianças de seis meses a menores de seis anos; gestantes; puérperas; idosos e; trabalhadores da saúde) ainda não imunizados contra a Influenza.
"As mesmas medidas que protegem contra a covid-19 também protegem contra a Influenza. Então é fundamental preservar o uso correto das máscaras, vacinar-se contra a Influenza e completar o esquema da covid-19, para que a gente consiga reduzir o risco de que essas duas principais causas da síndromes gripais reduzam no estado do Espírito Santo", finalizou Nésio Fernandes.
Prefeituras confiram aumento de procura por unidades de saúde
As prefeituras de Vitória, Cariacica, Serra e Vila Velha também confirmam que houve um aumento da demanda de pacientes que procuraram as unidades de saúde dos municípios, relatando estarem com sintomas gripais.
Em Vila Velha, a prefeitura destacou que cerca de 50% dos atendimentos estão relacionados à síndrome respiratória.
Já a Secretaria de Saúde de Vitória informou que também registrou aumento no número de pessoas com sintomas respiratórios na capital desde o último fim de semana, nas unidades básicas de saúde e nos prontos atendimentos.
Segundo a secretária de Saúde, Thais Cohen, no PA da Praia do Suá foi registrado um aumento de 71% de queixas relacionadas a sintomas respiratórios. Já no PA de São Pedro, esse aumento foi de 41%.
“Estamos com uma cobertura vacinal de Influenza de 80,4% dos grupos prioritários. Com a circulação do vírus da Influenza no Rio de Janeiro precisamos estar alertas e, quem ainda não se vacinou contra a Gripe deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência e se imunizar. A vacina é importante pelo fator de proteção contra as formas mais graves de gripe”, disse.
Unidades particulares também registram aumento de pacientes com gripe
Os serviços de saúde particulares também têm registrado aumento na procura de pacientes com sintomas gripais. Um exemplo é o Pronto Atendimento da Unimed Vitória, na Avenida Leitão da Silva, que estava lotado na manhã desta terça-feira (14). A reportagem do Folha Vitória viu pacientes no local que apresentavam sintomas gripais, e a maioria era formada por jovens.
A Unimed Vitória informou, por meio de nota, que vem observando um aumento na procura de pessoas com sintomas gripais no Pronto Atendimento e que por conta disso, já providenciou o aumento no número de médicos para agilizar os atendimentos. Veja a nota na íntegra:
"A Unimed Vitória informa que tem observado um aumento na procura de pessoas com sintomas gripais em seu Pronto Atendimento. A unidade já aumentou o número de médicos para acelerar os atendimentos e colocou uma equipe assistencial dedicada a casos graves que possam surgir. Todas as medidas estão sendo tomadas para que os impactos dessa procura sejam reduzidos. Vale reforçar que a população deve continuar respeitando os protocolos de segurança e saúde, como o uso de máscaras e álcool 70%, para conter o agravamento das síndromes respiratórias".
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