Escola alvo de atirador em Aracruz reabre com atividades esportivas e culturais
Unidade, que estava fechada desde o dia 25 de novembro, data dos ataques, se prepara para receber os estudantes e funcionários nesta quarta (14)
A EEEMF Primo Bitti, um dos alvos de um atirador de 16 anos no último dia 25 de novembro, no bairro Coqueiral de Aracruz, em Aracruz, vai reabrir nesta quarta-feira. A reabertura foi pensada para reconectar alunos, professores e funcionários após a tragédia que deixou 4 pessoas mortas.
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De acordo com a Secretaria de Educação (Sedu), a programação de reabertura vai contar com atividades culturais e esportivas e foi pensada justamente para reconectar a comunidade com o ambiente escolar. Mas não há obrigatoriedade de participação, uma vez que muitas pessoas podem não estar prontas para este reencontro.
Dentre as atividades, que acontecerão nos turnos matutino, vespertino e noturno - para este último, ainda será enviado o informe específico - os presentes receberão oficina de teatro, fotografia, esportes, jogos para expressão de sentimentos e rodas de conversa.
Para receber os alunos, foram designados profissionais de psicologia que estarão a postos para atender os estudantes diante de qualquer necessidade ou ocorrência que possa surgir no reencontro. Confira a programação completa da reabertura:
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A reabertura acontece após um processo de mudanças na estrutura física da unidade escolar, promovida pelo Governo Estadual por meio da Sedu logo depois do atentado.
A escola foi o primeiro alvo do menor, que tirou a vida de três professoras na unidade escolar. Na segunda parte do ataque, no Centro Educacional Praia de Aracruz, o adolescente também matou uma estudante de apenas 12 anos.
Quatro pessoas morreram em atentado
Duas escolas de Aracruz foram alvos de ataques na manhã de 25 de novembro. Duas professoras e uma adolescente morreram no local. Outra professora não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital no sábado (26).
O crime aconteceu pela manhã. O primeiro alvo do atirador foi a Escola da Rede Estadual Primo Bitti. Em seguida, ele foi para uma escola particular, o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC).
Os ataques foram realizados por um adolescente, de 16 anos, armado com uma pistola .40, pertence a um tenente, pai do jovem, e um revólver 38, arma particular do policial militar. O jovem foi apreendido na tarde de sexta-feira (25).
O adolescente, que confessou o crime, não terá o nome divulgado por ser menor de idade. No momento do ataque, ele usava roupa camuflada, uma máscara de caveira e um bracelete com o símbolo nazista.
O suspeito chegou ao local a bordo de carro no modelo Renault Duster, cor dourada e com as placas cobertas. O veículo foi fundamental para ajudar na identificação do jovem.
Atirador é ex-aluno de escola e planejou ataque por dois anos
O adolescente de 16 anos, apontado como autor dos ataques que ocorreram em duas escolas de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, era ex-aluno de uma das unidades alvo do ataque.
A informação foi divulgada pelo governador do Estado durante uma coletiva de imprensa realizada após a prisão do jovem. Segundo Renato Casagrande, o adolescente, teria planejado o crime nos últimos dois anos e escolheu a sexta-feira, 25 de novembro, para colocá-lo em prática.
Pai de adolescente é afastado e investigado na PM
O pai do adolescente que invadiu duas escolas em Aracruz foi afastado das funções operacionais da Polícia Militar. A corporação também instaurou um inquérito para apurar a facilidade em que ele teve acesso às armas do pai. O policial militar, pai do garoto, irá atuar apenas em atividades administrativas durante as investigações.
O adolescente de 16 anos, segundo a polícia, confessou o crime. Em depoimento à Polícia Civil, o jovem disse que aproveitava para manusear as armas do pai, que é da Polícia Militar, sempre que ficava sozinho em casa. Segundo o adolescente, antes que os pais retornassem, ele colocava as armas no mesmo lugar para que o pai não desconfiasse.
Atirador já foi julgado
O adolescente foi julgado pela Vara de Infância e Juventude do município e teve a sentença divulgada nesta quarta-feira (07). A decisão informou que o menor cumprirá medida socioeducativa com o prazo máximo de 3 anos, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Segundo o juiz, apesar do adolescente não cumprir pena, já que é considerado inimputável pela lei brasileira, ele passará por avaliação semestral, como uma forma de acompanhá-lo de perto.