Uma cena inusitada foi registrada por capixabas na tarde desta quinta-feira (8). Diversos moradores ficaram curiosos com uma neblina encobrindo o Espírito Santo.
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Segundo o professor universitário Fabiano Mazzini, que fez uma foto por volta das 13h30 na Praia da Costa, em Vila Velha, o fenômeno era semelhante a uma nuvem muito baixa.
“Mas não fez cair a temperatura. Talvez seja uma inversão atmosférica motivada pela entrada de uma massa de ar”, disse.
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Entenda o que provocou fenômeno
A névoa úmida que se formou, segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), é resultado do aumento da umidade associada à circulação dos ventos fracos, nos níveis baixos da troposfera sobre o mar, na altura do Rio de Janeiro e litoral sul capixaba.
“O vento fraco de sudeste, perpendicular à costa sul do estado, convergiu sobre as baixadas da Região Sul e da Grande Vitória, onde havia calmaria, formando uma camada de nuvens baixas ao fazer com que a parcela de ar saturasse ao ser forçada a subir pelas serras que se encontram ao redor destas regiões (Região Serrana). A camada de nuvens terminou encobrindo os pontos mais elevados destas regiões (Sul e Grande Vitória)”, explicou o Incaper.
Ainda de acordo com o Incaper, dados de radiossondagem confirmaram camadas da troposfera com inversão térmica, inclusive perto da superfície. Névoa úmida (visibilidade de até 1000 m) e nevoeiro (menos de 1000 m de visibilidade) estão ligados às inversões térmicas, que são camadas da troposfera onde a temperatura aumenta com a altura, ao invés de diminuir, que seria o normal. Muitas vezes, estas camadas de inversão aprisionam ar úmido logo abaixo delas, facilitando a formação de nevoeiros.
*Texto da estagiária Ana Paula Brito Vieira, sob supervisão da editora-adjunta Laís Magesky