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Orca encontrada morta na Serra havia ingerido grande quantidade de plástico

Necropsia feita pela equipe do Instituto Orca encontrou diversos pedaços de plástico no estômago do animal

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação Instituto Orca

Exames realizados pelo Instituto Orca mostraram uma grande quantidade de plástico no estômago da orca encontrada morta na Praia de Costa Bela, em Nova Almeida, na Serra, na última terça-feira (20).

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O diretor do instituto, Lupércio Araújo, relatou que ao analisar o animal e pela quantidade de plástico encontrado no interior da orca, ela estava a pelos menos três semanas em sofrimento, não conseguindo se alimentar normalmente.

O laudo oficial ainda não foi divulgado, mas segundo o Instituto Orca, o animal era uma fêmea jovem de 5 metros e 40 centímetros.  Tinha aproximadamente três anos e estava na fase subadulta. 

Essa espécie de golfinho pode viver até os quarenta anos. A suspeita é de que a orca possa ter ingerido lixo plástico achando ser alimento.

Divulgação Instituto Orca
Divulgação Instituto Orca
Divulgação Instituto Orca

Foto: Reprodução

Horas antes de morrer, o animal foi avistado no por mergulhadores no mar de Nova Almeida. No vídeo divulgado é possível ver a emoção deles ao encontrarem com o animal. 

Foto: Divulgação

As orcas são da família dos golfinhos e existem em todo o oceano. Apesar disso, não é comum que elas apareçam tão perto do litoral capixaba. A poluição nos mares ameaçam diversas espécies. 

Segundo relatório da Oceana Brasil, organização internacional focada nos oceanos, os plásticos matam 1 em cada 10 animais marinhos no Brasil. 

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Somente nas areias da Praia de Carapebus, na Serra, foram retirados 37 quilos de lixo no último domingo.

Além de impedir que os animais se alimentem, o plástico causa intoxicação. O biólogo e mestre em sustentabilidade, Felipe Mello, explica que baleias, golfinhos e tartarugas são os mais atingidos pelo lixo que vai parar no mar.

"Os animais marinhos são bastante afetados por duas causas nos oceanos, a primeira delas é a 'toxicidade', pois substancias tóxicas facilmente aderam aos plásticos, como, por exemplo, vestígios de petróleo, que ao serem ingeridos pelos animais gradualmente vão liberando os seus efeitos e com isso vai como se fosse envenenando estes animais. O segundo grande problema deles ingerirem plástico, se deve ao fato da questão física e fisiológica, onde os plásticos são ingeridos e não são digeridos e acaba ficando dentro do estômago do animal que não consegue mais se alimentar e acaba morrendo de fome."

Mello ainda reforça que para mudar esse cenário é preciso a união e conscientização de todos.

"A conscientização deve começar em casa, sobre os cuidados de como descartar o lixo. Outro pronto também seria que os governos acabassem com os lixões, e encaminhar os resíduos sólidos para aterros sanitários licenciados e com os devidos cuidados para não prejudicar a preservação ambiental, e por fim é preciso uma conscientização de uma forma geral de toda sociedade", conclui o biólogo. 

* Com informações do repórter Rodrigo Schereder, daTV Vitória/RecordTV

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