O Relógio da Praça Oito de Setembro, no Centro de Vitória, parou no tempo. Há pelo menos três meses, os ponteiros estacionaram no numeral 12 e de lá não saem mais. Além disso, pichações foram feitas nas facetas do monumento e os refletores que o iluminam, a partir do chão, foram danificados e furtados.
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Além das horas, outra função ficou, por enquanto, na memória de quem frequenta o Centro: o badalar de hora em hora das primeiras notas do Hino do Estado do Espírito Santo.
O vendedor ambulante Romildo Raimundo da Silva, 72 anos, trabalha de frente para a praça desde 1983. Mesmo com recurso do celular, ele era um dos que se orientavam pelo relógio.
“Era bonito ouvir os sinos tocando o hino. Desde setembro, não está mais funcionando. O que acontece com esse relógio é bem o que acontece com o Centro, que foi sendo abandonado quando as repartições públicas saíram daqui”, opina.
Inaugurado em 1942, o Relógio da Praça 8 é uma torre com 16 metros de altura e quatro relógios, sendo um em cada face. Possui ao todo sete sinos no alto da torre. O projeto foi realizado por Jayme Figueira, construído por Radagásio Alves e montado pelo alemão João Ricardo Hermamm Schorling. O monumento foi tombado como patrimônio histórico estadual em 1984.
Ele está instalado na Praça Oito, originalmente conhecida como Praça Santos Dumont. Seu nome foi alterado para homenagear a data oficial de fundação de Vitória, 8 de setembro. Passou por várias reformas e restauros.
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A última grande reforma foi em dezembro de 2017, numa parceria entre Governo do Estado, Prefeitura de Vitória e o Instituto Goia. Nessa reforma, a empresa contratada para fazer a troca do maquinário precisou contar com a ajuda de uma professora da Faculdade de Música do Estado (Fames) para primeiro identificar qual a nota musical de cada um dos sete sinos.
Um profissional da empresa foi batendo sino por sino para que a musicista identificasse as notas. A partir daí, foi programado para o relógio tocar as primeiras notas do Hino do Espírito Santo, em um sistema automatizado.
O que diz a Prefeitura de Vitória
A Secretaria Municipal de Cultura de Vitória, responsável pela manutenção do relógio, respondeu que está aguardando um relatório técnico para notificar a EDP Escelsa, já que o relógio é alimentado por um poste que está sem energia.
Com relação às pichações, a pasta informa que a manutenção dos monumentos é realizada periodicamente e que, em breve, será realizada uma visita técnica para avaliação do monumento e levantamento de possíveis reparos.
O que diz a EDP
A EDP informou que a manutenção e operação do relógio é responsabilidade da prefeitura municipal. Acrescentou que enviará uma equipe ao local para checar a alimentação da energia.