Uma pessoa morre por afogamento a cada dois dias no ES; veja as praias com maior risco
São três situações que podem levar ao afogamento nas praias: correntes de retorno; regiões com pedras; e bebidas alcoólicas
No Espírito Santo, a média é de 14 mortes por afogamento por mês, ou seja, uma pessoa morre por afogamento a cada dois dias em território capixaba. As informações são do Corpo de Bombeiros Militar do Estado.
O maior número de afogamentos estão nas praias, onde também há muitos guarda-vidas, por isso, em boa parte dos casos, o socorro é bem-sucedido.
As mortes por afogamento, no entanto, são mais comuns em águas doces, como rios e lagoas, porque, geralmente, são pontos onde não há socorristas.
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É o que diz a major do Corpo de Bombeiros, Gabriela Andrade, que concedeu entrevista ao Folha Vitória para falar dos cuidados na água e quais são as praias com mais risco de afogamento.
De acordo com a major, são três situações que podem levar ao afogamento nas praias: correntes de retorno; regiões com pedras; e bebidas alcoólicas.
Correntes de retorno
Cerca de 85% dos afogamentos nas praias são por conta de corrente de retorno, segundo a major. O fenômeno acontece quando duas correntes laterais se encontram e forma um refluxo de água, que puxa para o fundo.
Muitos banhistas podem não ter conhecimento sobre as correntes de retorno e, portanto, não saber identificá-las antes de entrar no mar. Uma das dicas é observar se no local não tem onda quebrando e se a água está com uma coloração mais escura.
"Se, por acaso, você sentir que você está sendo puxada por uma corrente de retorno, a orientação é a seguinte: primeiro de tudo, tem que manter a calma, porque quanto mais em pânico você entra, mais cansado você fica e mais rápido você vai afogar e afundar. Então, é tentar manter a calma e focar a sua força, a sua energia em flutuar e, se possível, acenar as mãos para o alto, tentando pedir ajuda. Depois, você vai tentar nadar lateralmente, perpendicular à corrente. A corrente está puxando para o fundo e aí você tenta sair dela nadando de lado, mas jamais, jamais contra a corrente", explicou a major Gabriela Andrade.
A major cita, ainda, a Praia de Itaparica, em Vila Velha, e a Praia do Morro, em Guarapari, como uma região perigosa para os banhistas, porque possui muita ondulação e correntes de retornos.
Regiões com pedras
O problema das praias que possuem pedras no entorno é que, muitas vezes, os banhistas querem andar pelas pedras e podem escorregar e cair no mar. Geralmente, esses pontos são distantes dos guarda-vidas.
Regiões como a Praia da Costa, em Vila Velha, e as praias do Centro de Guarapari possuem essas características.
"Muitas pessoas vão se aventurar, sem conhecer os riscos, e acabam se afogando. Muitas vezes, se machucando nas pedras, e aí estão bem distantes dos pontos de guarda-vidas e não conseguem pedir ajuda. Temos que manter distância desses costões", explicou.
Bebidas alcoólicas
De acordo com a major, o álcool é um dos maiores fatores de risco para o afogamento, porque faz com que a pessoa subestime mais os riscos.
A praia da Curva da Jurema, em Vitória, por exemplo, é rodeada de quiosques, onde, geralmente, as pessoas consomem bebidas alcoólicas. Por ser uma praia, aparentemente, calma, as pessoas sentem uma falsa sensação de segurança.
"Onde tem muitos quiosques, as pessoas acabam fazendo a mistura perigosa de álcool e mar. Na Curva da Jurema, por exemplo, é aquela falsa sensação de segurança. As pessoas acabam subestimando mais esse risco e indo mais profundo, se afastando da margem. Então, é um local onde a gente tem um número muito significativo de afogamentos", disse a major Gabriela Andrade.
Cuidado redobrado com as crianças: boias infláveis não são confiáveis
Um dos objetos mais comuns para as crianças nas praias, além dos tradicionais brinquedos, são as boias infláveis. No entanto, elas não isentam as crianças do perigo.
A orientação da major é para que os adultos não confiem nas boias infláveis, porque podem furar facilmente e perder e flutuabilidade.
"O equipamento correto de segurança é o colete de espuma. As boias de braços infláveis são facilmente retiradas pela criança, por exemplo, quando ela tiver protetor solar. As boias circulares são as mais perigosas que tem, porque elas viram facilmente e podem levar a criança ao afogamento. O que é seguro é o colete de espuma", explicou.
Além disso, é preciso ter atenção em relação à profundidade da água para os pequenos. "Água no umbigo, sinal de perigo. Quer segurança? Um braço de distância", informou a major Gabriela Andrade.
Outro ponto de atenção são as bebidas alcoólicas para quem está com criança na praia. A major ressalta que os pais precisam se revezar, quem for vigiar a criança, não deve beber.