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Venezuelana refugiada se forma na Ufes aos 62 anos em Serviço Social

Angela Providencia David Cueva veio para Vitória após a morte do filho, e conseguiu ingressar na Ufes por meio das vagas para refugiados

Redação Folha Vitória

Foto: Sueli de Freitas

Uma aluna venezuelana, que conseguiu refúgio no Brasil, se formou no curso de Serviço Social, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em novembro deste ano.

Angela Providencia David Cueva, de 62 anos, veio para Vitória após a morte do filho, e conseguiu ingressar na Ufes por meio das vagas para refugiados que a universidade reserva.

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A formada deixou a família na Venezuela e veio para o Brasil para buscar explicações sobre a morte do filho, que, na época, tinha 29 anos. Ele foi assassinado no Bairro República, na região continental de Vitória.

“Eu deixei tudo no meu país e vim para cá. Naquele momento, a situação também estava complicada no meu país. Então, decidi vir e procurar o corpo do meu filho. Ele era formado, tinha estudado Publicidade no meu país, falava vários idiomas e veio para o Brasil para trabalhar. Me mandava dinheiro, e iria para a Nova Zelândia quando aconteceu de ser roubado e assassinado”, relata ela.

Seis anos após a morte do filho de Angela, a investigação sobre o caso ainda não foi concluída, o que causa angústia para ela. “Há seis anos, eu vou lá perguntar e respondem que estão investigando”, disse a mulher.

Em Vitória, ela contou com a ajuda da Defensoria Pública da União, da Defensoria Pública Estadual, do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e da Cátedra Sérgio Vieira de Melo, uma parceria da Ufes com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), além de amigos do filho e igreja.

“Na Ufes, durante o curso, fui bolsista da Cátedra e de projetos de pesquisa, participei de jornadas de iniciação científica. Também fiz a publicação de um artigo. Aproveitei todas as oportunidades na Universidade. Aqui, quem não estuda é porque não quer”, diz ela.

A refugiada diz que ficará no Brasil, devido às oportunidades que o país proporciona para ela.

“Eu penso em continuar no Brasil, porque aqui tem muitas oportunidades profissionais. Só que tem que estudar, se preparar”, aconselha.

As vagas para refugiados começaram a ser ofertadas na Ufes no ano de 2010, garantindo vagas nos cursos de graduação da Universidade para solicitantes de refúgio, refugiados, portadores de visto humanitário e migrantes vindos de locais onde a ONU considera haver grave violação de direitos humanos.