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Capixabas apoiam jogador Daniel Alves contra racismo

O caso mais recente de racismo no futebol, que foi contra Daniel Alves, jogador da Seleção Brasileira e do Barcelona, repercutiu também entre os capixabas. Muitos usaram a internet para protestar contra o preconceito e aderiram à campanha #SomosTodosMacacos.

A presidente Estadual da União de Negros pela Igualdade no Estado, Adriana da Silva, conta que sofreu muito preconceito racial. Durante a infância e a adolescência se sentiu discriminada.

Por causa disso, ela resolveu se dedicar a trabalhos contra o racismo. “A história que trazemos, dos nossos irmãos negros, da escravidão, dos nossos antepassados, e aquilo que a gente continua sofrendo fez com que continuássemos com a luta”, conta Adriana.

O preconceito voltou a ser discutido, após o jogador de futebol do Barcelona, Daniel Alves, ser vitima de mais um ato racista. Na noite do ultimo domingo (27), durante um jogo contra o Villareal, na Espanha, um torcedor jogou uma banana no campo, com intuito de insultar o jogador. Daniel Alves pegou a banana do chão e comeu. 

A atitude do torcedor ganhou destaque na imprensa e causou revolta entre os brasileiros. Vários artistas e também autoridades se manifestaram na internet sobre o assunto. Muitos capixabas, também repudiaram a atitude do torcedor e postaram fotos na internet em apoio ao jogador. Nas ruas a população também ficou indignada.

O professor da Universidade Federal do Espírito Santo Sérgio Santos condena a atitude do torcedor. Segundo ele, o racismo é um instrumento usado para demonstrar poder e dominação. Já a atitude do jogador, de comer a fruta, foi aprovada.

“Você estabelece critérios positivos para quem vai dominar e critérios negativos para quem vai receber esse processo. Então, o racismo é uma atitude de violência. Historicamente os negros sempre resistiram aos processos de dominação. Então quando ele pega a banana e come, é um instrumento de resistência que ele tem diante daquela atitude”, explica o professor.

Esta não foi a primeira vez que atitudes racistas acontecem no futebol. O próprio Daniel Alves já foi chamado de macaco em outros jogos. Em Fevereiro, o jogador Tinga, do Cruzeiro, ouviu imitações do animal a cada vez que tocava na bola. Aqui no Brasil, assim como em outros países, o racismo é crime, e o agressor pode ser preso.