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Criança de Guarapari começa tratamento com remédio a base de maconha

A medicação chegou no Brasil na última sexta-feira (5) e os pais precisaram buscar em São Paulo. Agora os pais aguardam as doses corretas para começarem o tratamento

Os pais de Giovanna na volta de São Paulo com o remédio Foto: Reprodução Facebook

A primeira reação foi de desconfiança, mas após estudos e várias conversas os pais de Giovanna Guisso, de 12 anos, decidiram utilizar um medicamento que tem gerado muita polêmica no Brasil. Ele é produzido a base de canabidiol (CBD), que é uma substância encontrada na maconha. A menina, que sofre com uma espécie de epilepsia, deve começar a tomar o remédio nesta sexta-feira (12). 

O medicamento chegou no Brasil na última sexta-feira (5), e na última terça-feira (9) Patrícia e Geberson Guisso, pais de Giovanna, estiveram no aeroporto de Viracopos, em Campinas, São Paulo, para retirarem o medicamento. 

A criança ainda não recebeu a medicação, isso porque os pais aguardam a médica calcular as doses. Segundo a mãe, é provável que até esta sexta-feira (12) Giovanna comece o tratamento.

Estudo

O casal começou as buscas por um remédio que pudesse amenizar as crises convulsivas sofridas pela filha desde que descobriram a doença. A menina é portadora da síndrome de Dravet, um tipo raro de epilepsia que gera crises convulsivas graves. 
 
Há um ano a família, que mora em Guarapari, começou a estudar várias formas para tratar a doença, mas tudo com orientação médica. “Fomos em busca de informações. No início não vimos com bons olhos, mas fiz várias pesquisas na internet, conheci outras famílias que também passaram por isso e comecei a participar de um grupo de pais de epiléticos. Com isso encontrei pessoas que conseguiram trazer o remédio para o Brasil”, contou Patrícia.

Com essa aproximação a pessoas que tiveram bons resultados com o uso do medicamento, a família então conversou com a neurologista que acompanhava o caso. “Ela começou a estudar mais sobre o medicamento. A médica da Giovanna também conversou com outros médicos conhecidos de fora do Estado para saber mais sobre o remédio”, disse a mãe.

Anvisa

Esse tipo de medicamento é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para conseguirem a liberação do uso, o primeiro passo dos pais da jovem foi conseguir a prescrição médica. “Em junho foi o primeiro contato com a Anvisa. Foi necessário assinar um termo de responsabilidade, no qual eu e a médica assinamos, além de juntar alguns documentos”, explicou.

A família também entrou em contato com o fabricante, que é de San Diego, na Califórnia, nos Estados Unidos. De acordo com Patrícia, no dia 25 de agosto o remédio foi liberado pela Anvisa.

Esperança

Para os pais da pequena, o remédio se tornou uma esperança. Eles contaram que todos os dias ela precisa tomar 10 comprimidos anticonvunsivos, mas já não estão controlando mais as convulsões. “A Giovana já usou todos os remédios que são liberados no país, mas não foram suficientes para controlar as crises. Ela também passou a usar um medicamento importado da Europa, mas também não está controlando”, afirmou a mãe.

Segundo Patrícia, quando a menina sofre as crises ela não consegue andar e perde as funções do corpo. Para se recuperar ela leva alguns dias. “Esse remédio veio como uma esperança para ela ter uma melhor qualidade de vida”, comemorou.