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Revolta motiva gays a transmitir HIV propositalmente no Espírito Santo

Deborah Sabará disse ter conhecido pessoas que, revoltadas com a situação em que se encontravam e com o preconceito da sociedade, decidiram espalhar o vírus para parceiros

Há casos não oficiais de que homens passam o vírus para seus parceiros propositalmente. Foto: Divulgação

A transmissão proposital de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's), como a Aids, é uma prática existente no Espírito Santo. É o que garante a coordenadora colegiada do Fórum pela Cidadania LGBT no Estado, Deborah Sabará.

Deborah disse ter conhecido algumas pessoas que, revoltadas com a situação em que se encontravam e com o preconceito sofrido por grande parte das pessoas de seus círculos sociais, decidiram espalhar os vírus. 

"Normalmente são profissionais do sexo ou pessoas que não tiveram acesso a informações e a unidades de saúde para se previnirem. Algumas nem estão mais vivas. Então, por tudo que essas pessoas passaram, elas acabavam transmitindo o vírus de propósito. Mas depois que passaram a procurar ajuda e tiveram mais esclarecimento sobre as doenças, elas deixaram de fazer isso", afirmou a coordenadora.

Segundo reportagem do jornal Estado de São Paulo, grupos de homens soropositivos de diversas partes do Brasil têm usado táticas para infectar parceiros sexuais propositalmente e compartilhando as ideias em sites e blogs na internet. De acordo com a publicação, a modalidade "bareback", na qual gays fazem sexo sem camisinha, é praticada em ambientes como saunas e casas de sexo. A prática é considerada crime e a polícia de São Paulo já está investigando alguns desses grupos.

Deborah, no entanto, salienta que essa prática não é muito recorrente no Espírito Santo. De acordo com a Secretaria Estadual da Segurança Pública, não há registro na polícia de crimes desse tipo no Estado.

"É uma prática que teve início na Europa e depois chegou ao Brasil. Mas no Espírito Santo ainda não há registros oficiais dessa prática, apesar de sabermos que ocorre. Certamente outros membros da comunidade LGBT aqui do Estado já tiveram conhecimento de pessoas que infectaram algum parceiro de propósito", comentou.

A coordenadora ressalta, no entanto, que essa prática não é exclusiva dos homossexuais. "Desses casos que relatei de pessoas que transmitiam doenças por querer, a maioria era heterossexual", garantiu.