Pela primeira vez a sobrevivente do acidente que aconteceu na Rodovia do Sol, envolvendo um rabecão da Polícia Civil, falou com uma equipe de TV. Em entrevista à equipe do Balanço Geral, da TV Vitória/Rede Record, a estudante Letícia Gobbi, de 18 anos, contou como enfrenta a morte do irmão, do namorado e da cunhada.
“Eu sou feliz porque eu tive vários momentos maravilhosos com os três. Eu sou feliz por isso. Não precisa lamentar, porque Deus sabe de todas as coisas. Onde eles estão a gente pode ter certeza que estão melhores. Isso porque esse mundo é muito cruel. O que me dá força é ajudar a minha família, a família da Jéssica e a do Ricardo”, afirmou a vítima.
É na força de Letícia que a mãe da jovem, a servidora pública Diana Raidan Chácara tem se fortalecido para encarar a morte do filho e dos considerados genro e nora. “Eu acho que é isso que tem me ajudado. A minha filha tem uma fé, uma força que acho que vai me ajudar a continuar essa caminhada”, contou a servidora pública.
O irmão dela, o operador de sistemas Bruno Raidan Gobbi, de 24 anos, dirigia o veículo e o namorado da estudante, o alpinista industrial Ricardo Henrique Piveta Corsini, de 21 anos, estava de carona no carro que se envolveu na batida com uma bicicleta e um rabecão da Polícia Civil. Além dos dois rapazes, morreram a namorada do Bruno, a estudante de direito Jéssica Adriana Mendes da Cruz, e o caseiro Roberto Pereira da Silva.
De acordo com policiais do Batalhão de Trânsito, Bruno seguia para Guarapari quando o caseiro atravessou a pista. Ao tentar desviar do homem que carregava a bicicleta, o jovem perdeu o controle da direção, atropelou Roberto, invadiu a contramão e, depois, bateu de frente com o rabecão, que voltava de Guarapari.
O motorista do carro da Polícia Civil, Márcio Coelho Rodrigues, de 47 anos, e o carona, Gustavo Henrique Saúde de Oliveira, sofreram ferimentos, foram socorridos e liberados. Letícia só soube das consequências do acidente quando estava internada.
“Meu irmão e a namorada dele deu para ver que tinha acontecido alguma coisa, pois eles estavam desacordados. Meu namorado era o único que eu tinha certeza que estava vivo, pois ele respirava muito forte. Eu vi que ele estava vivo”, afirmou a estudante.
Quatro vidas interrompidas por uma tragédia que, para parentes das vítimas, poderia ter sido evitada a partir de medidas simples, como a instalação de proteção na rodovia. “Nós vamos fazer denúncia ao Ministério Público e queremos que as autoridades tomem providências em relação a isso, pois da mesma forma que nós perdemos os nossos filhos, não queremos que outras mães passem por isso”, disse Diana.