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Abandono de pacientes dá prejuízos e compromete atendimento em hospitais da GV

Somente no Hospital Estadual de Atenção Clínica, que possui 35 leitos para tratamento de pacientes, quatro estão sendo ocupados por pessoas que já estão aptos a ir pra casa

Hospital tem mais de 10% dos leitos ocupados por pacientes que já receberam alta Foto: Divulgação/Governo

A história da paciente Clarinha, que desde o ano 2000 se encontra em estado vegetativo no Hospital da Polícia Militar depois de ser atropelada por um ônibus na capital capixaba, se repete em outros hospitais da Grande Vitória. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, somente no Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC), que possui 35 leitos para tratamento de pacientes, quatro estão sendo ocupados por pessoas que já estão aptos a ir pra casa caso haja algum parente que se responsabilize por eles.

O mais antigo deles está no HEAC desde dezembro de 2012. O paciente, de 54 anos, foi levado ao hospital com crises convulsivas e teve alta assim que o tratamento terminou. Como não recebeu nenhuma visita e demanda cuidados fora do ambiente hospitalar, continua internado. Em outros três casos, os familiares afirmam não ter condições de cuidar dos pacientes e o quarto diz não ter contato com seus familiares.

De acordo com Vitor Arpini Mazoco, médico clínico do hospital, os prejuízos causados por casos como esses vão além do custo financeiro com alimentação e abrigo aos pacientes que já estão de alta.

“A ocupação desses leitos representa uma vaga a menos para desafogar o sistema de saúde do Estado. Recebemos pacientes de outros hospitais para procedimentos mais simples, como a colocação de sonda de alimentação gastroenteral, e procedimentos mais longos, como o tratamento de infecções que demandam medicação intravenosa em longo prazo. Sem vagas no HEAC, os pacientes são tratados nos hospitais que deveriam tratar casos mais urgentes e complexos”, explicou.

Outro caso

No Hospital Estadual Antonio Bezerra de Faria, em Vila Velha, está a única mulher que está na lista de pessoas que receberam alta, mas permanecem no hospital por não ter um tutor da família para se responsabilizar pelos cuidados. A idosa, que chegou em novembro de 2015, espera há dois meses que os filhos a acolham. A Sesa informou que a senhora fica aos cuidados de uma antiga funcionária para ajudá-la.