O secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, demonstrou preocupação com a possibilidade de parte da população desrespeitar o isolamento social e promover aglomerações durante os dias de Carnaval — que começa no próximo sábado (13).
Durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (8), o secretário alertou que o desrespeito às normas de prevenção contra a covid-19, nesse período, pode resultar num significativo aumento do número de casos da doença no estado.
Nésio Fernandes também lembrou que, desde o final de janeiro, o Espírito Santo tem apresentado uma queda sustentada das internações e óbitos causados pelo coronavírus. Segundo ele, o cenário deve continuar em fevereiro.
No entanto, o secretário alertou que, caso haja desrespeito ao isolamento, com festas clandestinas durante o Carnaval, o número de casos tende a aumentar em março e abril. Portanto, segundo ele, consciência deve ser a palavra de ordem para evitar um novo avanço da doença.
“Nós vamos viver, nos próximos dias, um período que tradicionalmente o país consolidou como um período de festas, que é o Carnaval. Esse comportamento de queda sustentada dos casos, e também da internação e dos óbitos, esperamos que, ao longo de fevereiro, tenha uma queda permanente dos casos de internações e óbitos, e esperamos que tenha somente um novo aumento de casos para o período sazonal de março a abril. No entanto, essa queda sustentada pode ser interrompida, ao longo deste mês, caso ocorra um desrespeito ao isolamento e uma desobediência civil, na realização de festas clandestinas e festas familiares, que não são adequadas para este momento”, destacou Nésio Fernandes.
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Já o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Réblin, que também participou da coletiva desta segunda-feira, lembrou que, apesar de algumas aglomerações pontuais durante as festas de final de ano, não houve um aumento significativo no crescimento de casos de covid-19 no estado. Para Reblin, é importante que esse comportamento seja mantido no Carnaval.
“O Carnaval pode sim alterar essa curva de tendência de estabilidade em algumas regiões e queda em outras regiões. Um exemplo altamente importante foram as festas de Natal e Ano Novo, em que houve aglomeração, mas em locais específicos, em pontos muito tradicionais, que felizmente não interferiram dramaticamente na curva de casos, internações e óbitos. É importante termos condições de repetir o comportamento de, no Carnaval, não realizar aglomerações”, frisou.
“Temos chance de continuar fazendo, no Espírito Santo, uma excelente gestão conjunta dos órgãos de governo, dos municípios e também por parte da sociedade. Foi possível manter uma questão de estabilidade em relação às festas de fim de ano e temos certeza que, com a cooperação de todos, também será possível essa mesma estabilidade e queda em relação ao período de Carnaval”, completou Reblin.
Fiscalização
O secretário e o subsecretário também lembraram da proibição, por meio de decreto estadual, de festas, shows e motivos de aglomeração. “O mesmo vai se aplicar ao Carnaval. Iremos realizar a fiscalização e ela será rigorosa contra aglomeração”, afirmou Nésio Fernandes, que pediu o bom senso da população neste momento.
“Independente de se ter fiscalização na rua, faça a sua parte. Não aglomere e não banalize e naturalize a doença. Não é natural achar normal a morte das pessoas”, completou Reblin.