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Número de pacientes internados em enfermarias aumenta no ES, alerta secretário de Saúde

Nésio Fernandes disse que pacientes com covid já são atendidos em leitos que não são exclusivos da doença: "Eles já estão em hospitais e em UTIs aguardando disponibilidade"

Foto: Diego Simao

Uma das grandes preocupações durante a nova alta nos casos de covid-19 no Espírito Santo é com a oferta de leitos, tanto na rede pública quanto na rede particular e filantrópica do estado. Nesta sexta-feira (19), os leitos de UTI exclusivos para a internação de pacientes infectados pela doença se mantém acima dos 90%, com quase 700 pacientes internados.

De acordo com o secretário de Saúde, Nésio Fernandes, todo um trabalho está sendo realizado para garantir a oferta dos leitos. Segundo ele, há pacientes que são internados nos leitos não covid, devido a necessidade de atendimento. 

“Estamos preservando os leitos de UTIs para atender à demanda do Samu. Já começamos a atender pacientes em leitos não covid. Eles já estão em hospitais e em UTIs aguardando disponibilidade de leitos exclusivos para covid-19.”

SAMU EM DIFICULDADE

Ele ainda falou sobre a alta demanda do Samu, que já passou por ampliação da frota e recebeu reforços de empresas de remoção. “O Samu já apresenta dificuldade de atender em tempo adequado os muitos atendimentos demandados de forma simultânea. Isso pode esgotar a capacidade de remoção em um tempo rápido. Por isso, algumas acabam se atrasando e levando a um aumento de tempo de espera da remoção de paciente de um hospital menor a um leito de UTI”, disse.

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Nésio Fernandes afirma que o número de internados em enfermaria é grande, o que vai demandar mais leitos de UTI. “Aumentou a quantidade de pacientes internados nas enfermarias covid no Espírito Santo em proporções ainda não vividas durante a pandemia. Uma parcela importante dos que hoje estão em enfermaria, ao longo dos próximos dias, representarão uma demanda por leitos de UTI, pois uma parcela evolui”

O secretário ainda explicou o motivo pelo qual o estado não optou por contratações de hospitais de campanha. Segundo ele, a criação de leitos físicos pode deixar um legado para a saúde do Espírito Santo. 

“Tínhamos 660 leitos antes da pandemia e chegaremos a 1500 leitos disponíveis na rede pública, numa aposta de saúde que é de todos. Por isso não apostamos em hospitais de campanha, que são estruturas caras e temporárias, que não evitaram o colapso dos estados que optaram por estes hospitais. São frágeis, temporais e caros, com estruturas de leitos de enfermaria. Mas o gargalo é de leitos de UTI”.

REDE PRIVADA

Nésio Fernandes afirmou que as propostas de criação de fila única dos sistemas público e privado visam garantir ofertas de leitos em hospitais próprios, sendo eles de qualquer rede hospitalar. 

“Entendemos que é importante que o Estado consiga garantir que o paciente que tenha cobertura de plano de saúde, uma cobertura ambulatorial ou que esteja em uma carência, não precise ser removido para um hospital público. O Estado pagará o valor de hoje das diárias para que o hospital atenda o paciente. Precisamos fazer com que pessoas que têm plano de saúde ou robustez financeira saibam que elas não terão leitos se a gente não consolidar o isolamento proposto”.

Ele ainda afirmou que o Estado está disposto a pagar pelos leitos de UTI contratados em hospitais privados. 

“O custo varia de R$ 1.600 a R$ 2.400, dependendo da unidade hospitalar das equipes contratadas. Nós pagamos a habilitação do leito de UTI em R$ 1.600 em hospitais privados e filantrópicos e autorizamos o faturamento dos procedimentos em até R$ 1.500 por internação”, disse.

Veja a coletiva realizada nesta sexta-feira: