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Número de testes para covid-19 realizados no ES podem chegar a 200 mil

A afirmação ocorreu durante uma entrevista coletiva, concedida por meio da internet, na manhã desta terça-feira

Foto: Divulgação / Sesa

O secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, afirmou que a expectativa do estado é realizar, aproximadamente, 200 mil testes do novo coronavírus. A afirmação ocorreu durante uma entrevista coletiva, concedida por meio da internet, na manhã desta terça-feira (05).

Segundo ele, somados os testes adquiridos com os testes que serão realizados nas residências dos capixabas, já são mais de 100 mil. “Nós já compramos 80 mil testes e é importante criar alguns parâmetros de proporcionalidade. Se nós estamos falando dessa quantidade e vamos aplicar 40 mil testes no inquérito sorológico, temos aí 120 mil testes”, disse.

Proporcionalmente, de acordo com o secretário, a quantidade de testes a serem realizados no Espírito Santo pode ser comparado a mesma proporção de países de primeiro mundo. “Se simplesmente fizéssemos estes (120 mil), teríamos 30 mil testes por milhão de habitantes, que é uma quantidade semelhante a de países de primeiro mundo, que foram considerados como países com testagem em massa”, afirmou.

Segundo Fernandes, a estimativa do governo capixaba é alcançar a marca de até 200 mil testes realizados no estado. “Nós calculamos que podemos chegar a 160 ou 200 mil, juntando os testes realizados na rede privada, os testes que vão chegar do governo federal, mais os testes que foram adquiridos pelo estado”, calculou.

Uma outra abordagem da entrevista, foi a possibilidade da implantação do sistema lockdown em algumas cidades do Espírito Santo. Para ele, o risco do fechamento total é real e pode ocorrer. “A possibilidade de lockdown é real. Ela não depende somente da existência ou não de uma boa ou pior taxa da ocupação de leitos. Se continuarmos tento a quantidade de vítimas dobrando, não podemos assumir que a estratégia está correta”, disse o secretário.

“O lockdown é uma medida extrema. No entanto, se ocorrer um colapso simultâneo nas regiões no estado, não se descarta o decretamento mais amplo. Não queremos que ocorra. Isso tem que parar tudo. Indústria, transporte coletivo, toda atividade de comércio tem que parar. Esperamos não ter que decretar. É preciso que a sociedade entenda isso. Nosso estudo apontava a segunda quinzena de abril e a primeira de maio como aceleração da curva. Alguns estudos apontam que o pico da nossa curva possa ser em junho”, ressaltou.

Sobre a ampliação da quantidade de leitos de enfermaria e UTI no Espírito Santo, o secretário afirmou que a projeção é que, até o final do mês de maio, esse número chegue a 1300, espalhados em vários municípios do estado. “Podemos chegar até 1400 nos meses seguintes. Essa expansão não interfere no atendimento aos pacientes de outras doenças”, disse.

Ainda sobre este assunto, Nésio Fernandes informou que o estado vai acoplar tendas de campanha às Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da Grande Vitória, além de municípios do interior, como São Mateus, Colatina e Linhares. Segundo ele, o estado ainda negocia a compra de 200 respiradores, além de ventiladores que estão em processo de finalização de compra.

O secretário ainda falou sobre o alinhamento das estratégias de combate à doença pelo Espírito Santo e o Brasil. Ele acredita que as decisões a nível nacional podem impactar diretamente nas estratégias no estado capixaba. “Se o país colapsar, o Espírito Santo vai colapsar junto. Parte da estratégia capixaba exige que a estratégia nacional seja acertada e é preciso assumir o caminho dos próximos 15 dias, para o enfrentamento da pandemia. Isso precisa acontecer, sob o risco de comprometer toda a estratégia dos estados”, afirmou.