Durante a semana passada, uma casa abandonada foi palco de um cenário assustador na ilha de Jersey, na Inglaterra. Na cozinha da residência, um dos maiores ninhos de vespas asiáticas já vistos no Reino Unido foi descoberto, com cerca de 40 centímetros e mais de 10 kg.
Segundo o site Daily Mail, as criaturas perigosas teriam entrado na Europa por volta de 2004, após chegar no sul da França em um navio de carga. Desde então, foram registradas centenas de mortes por ferroados de vespas em todo o território.
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Devido à descoberta, um alerta foi emitido pelas autoridades ambientais do Reino Unido, que afirmaram haver um aumento no número de espécies invasoras, com um recorde de ninhos encontrados em 2023.
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Entre os 171 ninhos de vespas encontrados nesta temporada, este foi o maior já localizado. Em entrevista para o jornal, o coordenador de vespas asiáticas do governo de Jersey, Alastair Christie, detalhou sobre as condições do ninho.
“Estava em uma casa abandonada, sem vento, sem chuva, fora do frio e lindamente protegida. Um pouco única, se posso dizer”.
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Perigos fatais
Além disso, o especialista destacou que uma colmeia com estas proporções possui a capacidade de abrigar cerca de 1.500 vespas.
Aos moradores, Alastair alertou sobre os perigos de perturbar os ninhos, pois estas criaturas se comportam de forma agressiva e fatal. No ano passado, um morador faleceu com 12 ferroadas após irritar as criaturas cortando a sebe do ninho.
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Na região, os apicultores também manifestaram o temor em relação às vespas, que representam um perigo maior para as abelhas locais, de quem são predadoras naturais, do que para humanos.
Assim, com o aumento da quantidade de vespas, o número de abelhas e outros insetos polinizadores tende a diminuir.
Em nota, o governo de Jersey informou a mídia que já está traçando estratégias para combater estas criaturas, ainda que de forma tardia.
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“A destruição dos ninhos é logisticamente desafiadora. Os ninhos podem ser encontrados em árvores, em encostas de penhascos, em espaços dentro de telhados, entre outros lugares. Eles estão em locais muito variados. A segurança e eficiência devem ser prioridade ao removê-los”, destacou Alastair.
As vespas são capazes de matar pessoas alérgicas com apenas uma ferroada. Além disso, representam uma ameaça ao ecossistema local e espécies nativas.
Com a chegada do verão, a expectativa é que o número de vespas rainhas cresça na região. Moradores temem que os fortes ventos da estação tragam mais invasoras para a ilha.
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Ferrão mortal
Em 2019, uma tragédia envolvendo um ataque de vespas chocou o público internacional e alertou para a letalidade das criaturas.
Ao sair de um funeral, uma família foi atacada por vespas e três pessoas acabaram morrendo. O caso ocorreu na província de Guangxi Zhuang, no sul da China.
Segundo a agência AsiaWire, a família andava a pé na saída do enterro quando foi atacada. Três homens morreram e outros cinco parentes ficaram feridos, um deles em estado grave.
A espécie de vespas não foi revelada, mas é possível que seja parente das chamadas vespas mandarinas.
Leia a matéria completa em: Família que saía de funeral é atacada por vespas e três pessoas morrem
Vespas não são as únicas
Apesar de consideravelmente menores em tamanho e posição na cadeia alimentar, as abelhas podem se provar tão letais quanto as vespas quando provocadas. No Espírito Santo, os encontros mortais com abelhas têm se tornado cada vez mais comuns.
De acordo com dados do Centro de Informações e Assistência Toxicológica (CIATox), de janeiro a dezembro de 2022, o Espírito Santo registrou quatro mortes decorrentes dos ataques, sendo esse o maior índice dos últimos seis anos.
De 2017 a 2022 foram 11 óbitos, sendo um em 2017, 2018 e 2021, dois óbitos em 2019 e 2020, além dos quatro óbitos em 2022.
Além disso, de janeiro a dezembro de 2022, foram notificados 536 acidentes por abelhas no Estado, representando uma elevação de 92,8% se comparado ao mesmo período do ano anterior, quando ocorreram 278 incidentes.
Regiões com maior registro de casos
Atualmente, o maior número de casos está concentrado na região Central/Norte com 284 notificações. Em seguida, aparece a Região Metropolitana capixaba com 182 ocorrências.
O médico e referência técnica de animais peçonhentos do CIATox, Nixon Souza, faz um alerta sobre os riscos da ferroada do inseto.
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Segundo ele, os acidentes são mais comuns durante o mês de janeiro, devido ao clima apresentado no decorrer do mês e por ser considerado o período de reprodução.
“As reações desencadeadas pela picada de abelhas variam de acordo com o local e o número de ferroadas, bem como características e o passado alérgico do indivíduo. Em casos mais graves, pode ocorrer o choque, insuficiência respiratória e/ou renal aguda, levando o ser a óbito. Relato ainda que o número de acidentes com o animal costuma aumentar em janeiro, uma vez que o ambiente fica mais quente e úmido, provocando maior agitação e migração dos insetos para formação de novas colmeias”, ressaltou.
Leia a matéria completa em: ES registra recorde de mortes por picada de abelha em seis anos