Moradores da Enseada do Suá, em Vitória, que vivem em casas localizadas embaixo da Terceira Ponte, reclamam da obra de ampliação e da construção da ciclovia, entre a capital capixaba e a cidade de Vila Velha. Segundo eles, objetros estão caindo nos telhados das residências e nos quintais, o que gera preocupação com risco de acidentes.
O gerente de loja Igor Medina Nogueira, de 28 anos, contou que mora com os avós e um primo. O jovem afirma que a família não tem mais o sossego de ficar no quintal da própria casa.
“Estamos encontrando objetos como parafusos e porcas grandes no quintal e no telhado desde que esta obra começou. Tenho muito receio que caia sobre os meus avós, que moram aqui h´á 45 anos, ou sobre o meu filho, de cinco anos, quando vem nos visitar. Se uma peça dessa cai sobre uma pessoa, com a velocidade que vem da altura da obra, causará sérios problemas”, disse ele, preocupado.
Além do receio de ferir alguém, Igor também se preocupa com danos materiais, já que os objetos têm caído sobre o teto da residência e bem próximo ao carro da família.
Para a dona de casa Valéria Frigini, de 50 anos, a obra também tem causado preocupação. “A casa fica realmente embaixo da ponte e estamos com receio, pois estamos encontrando parafusos e porcas grandes no quintal e no telhado. Por sorte, ninguém se machucou ou o carro de algum morador foi danificado”.
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O que diz o Governo do Estado
Em nota, a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) informou que a segurança das obras é fundamentada numa plataforma chamada quick-deck, sendo que a montagem da estrutura metálica ocorre justamente sobre esta plataforma com o objetivo de que, caso alguma peça venha a cair, a mesma fique retida na plataforma.
Segundo a nota, esta é uma plataforma de segurança que inclusive possui “linha de vida”, onde os trabalhadores prendem seus cintos de segurança para que, em caso de queda, possam ser resgatados.
A nota da Semobi destacou que todos os trabalhadores passam por treinamento para trabalhos em altura, baseado na Norma Regulamentadora 35. A equipe que atua na obra é treinada e especializada na montagem, trabalhando com cinto de segurança, trava quedas e com as ferramentas e peças sempre amarradas, minimizando os riscos de queda de materiais.
De acordo com a nota da Semibi, também são utilizados dispositivos contra queda de quaisquer resíduos de demolição, com a preocupação tanto contra risco de queda e impactos ambientais. Outra medida que é realizada é a criação de caminho seguro para pedestres e isolamento preventivo da área de projeção das atividades, para o caso de possível falha humana e queda de materiais.
A Semobi ressaltou, ainda, que até o momento não há nenhuma ocorrência registrada relacionadas a acidentes ou queda de materiais.
O outro lado
Nesta segunda-feira (14), a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) enviou uma nota afirmando que os objetos não são da obra que está sendo realizada na Terceira Ponte.
Confira a nota na íntegra:
Destacamos que a segunda peça mostrada no vídeo já havia sido enviada para esta secretaria anteriormente e foi descartada a hipótese de pertencer à obra de Ampliação e Ciclovia da Vida da Terceira Ponte, já que não corresponde a nenhum material ou ferramenta que utilizados nesta obra. Já a primeira, possui similaridade com materiais que são utilizados, contudo, esses seriam utilizados na pré-montagem de peças no pátio e não na plataforma (quick-deck), o que também descarta o a hipótese de queda.
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