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Operação resgata 11 pessoas trabalhando em regime de escravidão em fazenda de Aracruz

Ação aconteceu na localidade de Jacupemba. Segundo a PRF, as pessoas resgatadas, entre elas uma criança, viviam em situação precária

Operação resgata 11 pessoas trabalhando em regime de escravidão em fazenda de Aracruz
Operação foi realizada pela PRF e Ministério do Trabalho em uma fazenda na localidade de Jacupemba | Foto: Reprodução/PRF

Onze pessoas, entre elas uma criança, foram encontradas em situação análoga à escravidão em uma fazenda na localidade de Jacupemba, em Aracruz, no norte do Estado. O resgate dos trabalhadores aconteceu na manhã da última quinta-feira (21), durante uma operação conjunta entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério do Trabalho.

A propriedade onde ocorreu a operação fica a cerca de oito quilômetros da BR 101, na altura do Km 175. De acordo com a PRF, denúncias davam conta de que trabalhadores atuavam sem registro, com remuneração em discrepância com o serviço, sem reembolso dos custos que tinham ao sair de suas cidades com destino ao trabalho e impossibilitados de sair da fazenda por não haver o fornecimento de passagens/transportes, além de viveram em alojamentos em situações precárias e não terem acesso a cuidados médicos.

Ao chegarem à fazenda, os policiais e fiscais avistaram dois supostos trabalhadores em meio aos cafezais. Após serem abordados, eles se identificaram como meeiros, mas, após reconhecimento por parte de um dos denunciantes que participava da ação, foram desmentidos e apontados como dois dos três irmãos proprietários da fazenda, o que foi comprovado posteriormente.

Trabalhadores estavam alojados em uma construção de madeira em mau estado de conservação | Foto: Reprodução/PRF

Dessa forma, foi solicitado acompanhamento dos proprietários até o local de trabalho dos funcionários, onde foram encontrados dez adultos e uma criança trabalhando nos cafezais ou na própria sede, alojados em uma construção de madeira em mau estado de conservação, com pouco espaço e barraca imprópria, com paredes de pano.

Cerca de 40 minutos após a chegada da PRF e MT, o terceiro proprietário chegou à fazenda e prestou esclarecimentos, alegando que todos os alojamentos possuíam compartimentos vivenciáveis e alguns eletrodomésticos para uso, sem precariedade. No entanto, em conversa com os trabalhadores, os mesmos apresentaram insatisfação diante a situação em que viviam.

Diante dos fatos, os proprietários foram notificados pelo Ministério do Trabalho e advertidos a transferir os trabalhadores de imediato para alojamentos adequados, enquanto providenciam o pagamento dos salários devidos, verbas rescisórias e regularização de transporte ou passagens.