Desde 1989, após receber o título de Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, que venho trabalhando nessa especialidade. Nessa época, a Dermatologia Cosmiátrica (ou Estética, mas, verdadeiramente, Dermatologia Corretiva) estava engatinhando, com apenas alguns estudos tímidos com biópsias de pele antes e depois dos tratamentos, confirmando a ação rejuvenescedora do ácido retinóico, e, posteriormente, dos alfa hidroxi-ácidos (glicólico, lático, málico, pirúvico), e dos peelings químicos e abrasivos.
Por muito tempo, foram os únicos recursos que o dermatologista clínico tinha para oferecer aos pacientes que, também timidamente, buscavam no médico dermatologista um aliado na prevenção e correção do envelhecimento cutâneo.
Nesses últimos 30 (trinta) anos, estimulados e motivados por um grande apelo e necessidade da população, a indústria farmacêutica e as empresas de equipamentos médicos começaram uma febre de “novidades” para essa área, quando não mais havia tempo para estudos científicos através das biópsias de pele (único modo de se realmente confirmar o que os ensaios “in vitro” diziam acontecer).
Nesse contexto, surgiu o DMAE com sua promessa de fazer um lifting com creme, a Coenzima Q10, os cremes com Ácido hialurônico, fora uma quantidade de produtos de ação apenas antioxidante, mas que prometiam esse tão esperado “rejuvenescimento” (ver detalhes sobre esse assunto no site www.angelamameri.com.br).
No entanto, sempre se podia avançar mais nesse campo. Assim, estudos mais aprofundados foram apresentados através dos LASERS (Light Amplification Stimulated by and Emission of Radiation), mostrando sua ação na pele em cortes histológicos, antes, durante e após o tratamento. Em seguida, surgiu a Luz Pulsada, que, ressalta-se: só tem em comum com o LASER o fato de tratar a pele através da Luz, porém, com um princípio físico completamente diferente, sem, entretanto, alcançar os mesmos benefícios dos lasers (ver detalhes sobre esse assunto no site www.angelamameri.com.br).
A partir daí o céu foi o limite. Inúmeras tecnologias, combinando os dois princípios físicos da luz (Luz Pulsada e LASER); a contração dos feixes de colágeno pela emissão de calor através da Radiofrequência; a técnica do Microagulhamento também para rugas, estrias e cicatrizes; o tratamento pelo frio (Crioterapia) nas gorduras corporais; os fios de sustentação; os preenchimentos definitivos com PMMA (polimetilmetacritalo); os preenchimentos de longa duração com o ácido hialurônico; o ácido poli-l-lático (Sculptra®) atuando como preenchedor e estimulador de colágeno.
Em 1995, surgiu ainda, caindo de paraquedas para tratamento de rugas de expressão, a Toxina Botulínica (conhecido como BOTOX). Todavia, pelo fato das rugas faciais não serem causadas pelo movimento da musculatura, sou radicalmente contra seu uso para fins estéticos, num suposto “rejuvenescimento” (ver Polêmica Botox no site www.angelamameri.com.br).
A pele é o nosso maior órgão e o segundo maior órgão imunológico do nosso corpo. Por ter, em seu desenvolvimento, estruturas dos três folhetos embrionários (ectoderma, mesoderma e endoderma), observamos, também, manifestações que podem estar relacionadas a doenças de outros órgãos do nosso corpo, como manifestações de Hipo ou Hipertireoidismo, Tumores de Hipófise, Endometriose ou Câncer de ovário, insuficiência renal, entre outras.
Em razão dessa estrutura complexa, é evidente que em qualquer consulta dermatológica o paciente deve ter sua pele toda examinada, sua história de doenças passadas investigada, e, quando necessário para se complementar o diagnóstico do problema exposto ao médico, a realização de uma biópsia de pele. Ademais, o exame dermatológico da pele inteira para prevenção dos cânceres de pele, identificando-se as lesões com alto potencial para malignizar, assim como o terreno cancerizável, que está sempre presente em áreas de intensa e crônica exposição solar, é um pilar da dermatologia preventiva.
Surgiram, também, novos conceitos sobre Fotoproteção; novos ingredientes dos filtros solares; roupas com FPS100+; medicamentos com ação específica em determinadas proteínas do processo inflamatório (os Biológicos); e, já podemos também afirmar, com certeza absoluta, que o futuro nos leva ao uso, com imensa segurança, dos retinóides orais, medicamentos que já têm estudos desde 1955 e cujo uso clínico começou em 1973.
Posso afirmar, com total segurança, em razão dos inúmeros Congressos Nacionais e Internacionais que frequento desde que me tornei especialista, que a Dermatologia Mundial está preocupada em SALVAR VIDAS – através de prevenção e tratamento dos cânceres de pele; tratamento dos pacientes HIV positivos e suas morbidades; diagnóstico e prevenção da sífilis (com o aumento crescente de novos casos); tratamento de formas graves de Lupus Eritematoso; diagnóstico precoce dos Linfomas cutâneos, das reações à Medicamentos (que estão aumentando drásticamente também), entre outros – de modo sério e baseado em análises clínicas. O tratamento do envelhecimento cutâneo também é muito discutido, valorizando-se sempre a RECONSTRUÇÃO da pele antes de qualquer procedimento.
Por todo o exposto, conclui-se que muito foi avançado pela Dermatologia nesses últimos 30 (trinta) anos. Eu, que venho acompanhando de perto esses avanços, me emociono de hoje ter muito mais a oferecer aos meus pacientes. E, com orgulho e humildade respondo aos que perguntam minha especialidade: sou MÉDICO-DERMATOLOGISTA.