O domingo em família foi diferente para o fiscal de caixa Rafael Vieira Alves Lima, de 28 anos. Isso porque, o tradicional encontro familiar ganhou uma nova integrante: a Helena. Ela não esperou os pais chegarem ao hospital e nasceu em casa, pelas mãos do próprio pai.
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Assim como boa parte das gestações, o nascimento da Helena tinha uma previsão para acontecer: dia 17 de março (sexta-feira). Com a proximidade da data, a família, que mora no bairro 23 de Maio, em Vila Velha, optou por deixar tudo arrumado para evitar qualquer transtorno. Os dias se passaram, a previsão passou e no último domingo (19), Helena decidiu chegar.
“As contrações começaram por volta das 17h, mas não eram fortes. Ligamos para o primo da minha esposa para ele pegar a gente aqui e levar ao hospital. Aguardamos mais um pouco e como as contrações estavam bem fracas, achamos que não iria piorar”, explicou o pai ao lembrar do episódio.
Com o início das contrações começou a correria. Rafael e a esposa Cintia Felipe Lima, de 25 anos, ajeitaram tudo. Ele se arrumou, deixou tudo pronto e os dois aguardaram a carona.
Porém, por volta das 19 horas o cenário mudou. As contrações de Cintia aumentaram e se tornaram mais regulares, de 10 em 10 minutos, e mais intensas. Eles ligaram novamente para o primo de Cintia, mas ele ainda estava a caminho.
Ela gritou: RAFAEL!
Pouco depois das 19 horas, as contrações ficaram ainda mais fortes. “Eu fiquei no quarto, comecei a dar massagem nas costas dela e depois fui pegar as bolsas para colocar no lado de fora”.
Enquanto arrumava as bolsas para agilizar quando a carona chegasse, a história mudou completamente.
“Quando coloquei as bolsas do lado de fora, ela [Cintia] gritou: Rafael!! Quando cheguei, ela estava deitada na cama e disse: Ela tá nascendo.”
Hoje com três filhas, contando com Helena, essa não seria a primeira vez que o papai de terceira viagem acompanharia um parto de perto.
Em 2017, durante o nascimento da segunda filha, ele esteve na sala de parto e todas as falas da equipe médica vieram a tona ao perceber que a mais nova integrante da família nasceria ali mesmo.
“Como assisti o parto da segunda filha, eu fiquei calmo, porque se ficasse nervoso ela [Cintia] ia ficar ainda mais nervosa. Quando vinha a contração forte, eu falava para ela fazer mais força porque foi isso que ouvi dos médicos no outro parto”, lembrou Rafael.
Após contrações, forças, massagens e muito controle, Helena deu o ar da graça. “Depois da cabeça, a mão dela pontou e ela saiu mais fácil. Quando saiu, eu peguei ela no colo, virei ela, e quando virei ela chorou e todo mundo começou a chorar”, lembrou o pai.
“Eu fiquei sem reação”
Ao lembrar dos momentos que sucederam o nascimento de Helena, o fiscal de caixa disse que ficou completamente sem reação.
Após pegar a filha e entregar para a esposa, em um misto de alegria e preocupação, ele imediatamente ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Eu liguei para o Samu e disse que tinha feito o parto da minha filha. Eles perguntaram sobre como estava a cor da bebê, perguntaram se ela chorou e sobre o cordão umbilical. Eles pediram para eu cortar, mas eu não quis e deixei para eles fazerem isso.”
Não demorou muito e a ambulância chegou. Ainda dentro do quarto, a equipe de socorristas retirou o cordão umbilical e levou Cintia, Rafael e Helena para o Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha.
No hospital, a equipe médica que atendeu o casal parabenizou Rafael pela atitude e pela forma com que conduziu o parto, considerando a falta de experiência do rapaz.
Mãe precisou de transfusão de sangue
Rafael contou que Cintia é diagnosticada com anemia. Durante o parto ela perdeu muito sangue e apresentou um quadro de fraqueza.
Nesta terça-feira (21) a mãe da pequena Helena precisou passar por uma transfusão de sangue e continuou internada no Himaba, junto com a bebê.
Apesar do susto, mãe e filha estão bem. A previsão é que as duas recebam alta na quarta-feira (22).