O Brasil e o Espírito Santo deverá esperar até 2054 para ter uma cobertura total de atendimento da rede de saneamento básico estabelecida no Plano Nacional de Saneamento Básico. Avaliação do presidente do Conselho de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Wilmar Barros Barbosa, aponta para a necessidade de atitudes pró-ativa por parte do poder público.
Segundo o presidente do colegiado de meio ambiente da Findes, as empresas têm cumprido o seu papel.
“As indústrias captam água de qualidade pior do que aquela que devolve. Elas captam, fazem todo o trabalho, recuperam e devolvem com qualidade melhor do que aquela que chegou para elas”, exemplificou Barbosa.
Ele explicou que as empresas, leia-se indústrias, têm todo o sistema interligado. Na avaliação dele, o poder público deve fazer com que a população interligue sua rede ao sistema de rede pública.
Num estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) é mostrado que seis milhões de pessoas não têm acesso a banheiro.
“Não temos um número definido nas regiões Sul e Sudeste. Mas sabemos que existem casas no interior que se utilizam de fossas sépticas ou filtro sumidouro”, assinalou Wilmar Barbosa.
O estudo mostra que apesar de o setor de saneamento básico ter recebido recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o investimento foi baixo. No Espírito Santo o estudo mostra que o índice de atendimento total de água é de 80,90%. Já o índice de coleta total de esgoto referido aos municípios atendidos com água é de 41,82%. O índice de esgoto tratado referido à água consumida é de 32,36%. O índice de perdas na distribuição de água é de 34,39%.
Para o presidente do Conselho de Meio Ambiente da Findes, a regulamentação do reúso é o que o setor industrial está necessitando. “E esta demanda temos levado para a Agerh (Agência Estadual de Recursos Hídricos) e acreditamos que o Paim (Paulo – diretor presidente da Agerh) está se esforçando”, disse Barbosa.
De acordo com os números do Ministério das Cidades, o Governo Federal destinou, através de obras do PAC, recursos em torno de R$ 70 milhões em obras ligadas ao saneamento básico.