Uma equipe do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) compareceu à Avenida Estudante José Júlio de Souza, na orla da Praia de Itaparica, em Vila Velha, onde parte da cobertura de um prédio desabou na tarde desta quarta-feira (28).
O conselho realizou uma vistoria no local e constatou que a parte da estrutura que cedeu já estava bastante corroída e comprometida. Além disso, a outra parte da estrutura também apresenta risco de queda.
De acordo com o engenheiro do condomínio, Maurício Ceotto, o problema da estrutura é antigo e conhecido pela coordenação do prédio, mas que não foi resolvido por síndicos anteriores.
Ainda de acordo com ele, a guarita da portaria do condomínio precisou ser interditada por conta do risco de queda na última terça-feira (27).
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“Por uma situação interna de condomínio onde os síndicos anteriores não tomaram providência, essa situação se prolongou por muito tempo, houve o colapso. Graças a Deus, ontem nós tínhamos tirado o porteiro dali, interditado aquela área e se observa que se o porteiro estivesse ali hoje, não estaria mais vivo”, disse.
O síndico não quis gravar entrevista devido a orientações do corpo jurídico do condomínio, mas informou que no momento da queda, havia um trabalhador que realizava uma obra de revestimento na área da cobertura.
Avenida foi interditada
A Defesa Civil também esteve no local e a via precisou ser interditada nos dois sentidos, por conta do risco de novos desabamentos, de acordo com o sargento Belenda, a medida será mantida enquanto existir qualquer perigo.
“Existe uma parte da estrutura em que ainda existe o risco de cair, e é por conta desta estrutura que nós mantemos o isolamento maior, impactando as duas vias da praia, bem como o calçadão. O isolamento vai ser mantido enquanto existir risco”, disse.
Por conta do risco, os moradores dos últimos três apartamentos abaixo da cobertura precisaram sair do prédio e ficar na casa de familiares. De acordo com o sargento, a responsabilidade pela segurança dos condôminos é do síndico.
“O síndico, que é responsável pelo condomínio, que vai responder pelo imóvel, foi notificado pela Defesa Civil, para que ele tome algumas providências. Quais são elas? Que não permaneça ninguém na área comum do prédio, para evitar algum tipo de dano físico para alguma pessoa, ao mesmo tempo que contrate uma empresa especializada em engenharia para que venham fazer a avaliação e façam um projeto de recuperação da estrutura, bem como sanar essa patologia que hora se apresentou ali”
Para o morador Joas Henrique, a insegurança é frustrante e o problema precisa ser resolvido o mais rápido possível.
“A gente fica totalmente sem amparo nenhum, mesmo que a gente pague mensalmente na taxa de condomínio, que é um valor relativamente alto, então esperávamos que tivesse uma segurança maior”, afirma.
Relembre o caso
Parte da cobertura do prédio cedeu e despencou de uma altura de mais de 55 metros bem em cima da guarita da portaria do condomínio. Apesar da queda, ninguém ficou ferido no local.
O comerciante Armando Nurse, que administra um quiosque de frente para o prédio, informou que a queda foi seguida por um grande estrondo e que o trabalhador que realizava obras no condomínio não foi atingido.
“Ouvimos um estouro, porque nosso quiosque fica de frente para o prédio, nós olhamos simultaneamente para o alto do prédio. Após o estalo, uma pessoa que estava trabalhando na obra na hora, se afastou e a peça inteira veio a cair. Ela caiu exatamente em cima da guarita, mas graças a Deus parece que o zelador tinha ido tomar café e naquele momento não estava”, contou.
Em nota, a Prefeitura de Vila Velha confirmou que parte da estrutura do prédio, em Itaparica, caiu e atingiu a portaria do edifício. Segundo a prefeitura, a Defesa Civil está no local para avaliar a situação. “Ninguém se feriu com o acidente”, garantiu.
*Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/Record
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