Geral

Passagens caras: quando os preços vão voltar ao normal?

Demanda reprimida da pandemia, alta do dólar e do querosene impulsionaram o preço dos tickets aéreos; viajar de avião estará mais difícil ainda em 2023

Foto: Divulgação / Pexel

Quem andou pesquisando por preços de passagens para viajar nos próximos meses já percebeu que voar está muito mais caro do que nos anos anteriores – um aumento nos preços de 122,4% de junho de 2021 até o mesmo mês deste ano, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A forte subida nos valores das passagens aéreas é o resultado de uma série de fatores, que incluem o preço dos combustíveis, a recuperação da pandemia e a variação cambial. E o capixaba que lute: ainda não é possível afirmar quando os valores ficarão mais baixos, mas a previsão é de começar a melhorar de 2023 em diante.

Tickets aéreos subiram mais que a média

Para se ter uma ideia, a inflação no Brasil já está alta – um aumento de 11,89% em um ano. Comparando com a alta das passagens aéreas, os tickets subiram 122% no mesmo período – algo impossível de se acompanhar.

Por que os preços estão tão altos?

A soma de vários agentes simultâneos resultou no aumento das passagens.

Em primeiro lugar, as companhias aéreas afirmam que a manutenção das empresas está mais cara, com a alta do preço do combustível, o querosene. Este item corresponde a 40% do preço do bilhete aéreo, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil).

O combustível subiu 91,9% em 2021. Ainda agravado pela Guerra da Ucrânia – que afeta diretamente a cotação do barril do petróleo por conta das sanções contra a Rússia, o terceiro maior produtor do mundo – o valor do querosene aumentou 64,3% de maio a janeiro deste ano, segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). Aqui no Brasil, a Petrobras anunciou reajuste de 11,4% na tarifa cobrada nas refinarias pelo combustível para aviação.

Em segundo lugar, a variação cambial também contribuiu com bilhetes aéreos tão caros. Os custos com arrendamento, manutenção e seguro das aeronaves são calculados e gastos em dólar. E, nesse sentido, a moeda americana valorizou 38,7% em relação ao real, somente nos cinco primeiros meses deste ano.

Por fim, em terceiro lugar, o fim da pandemia fez com que a procura por viagens aumentasse bastante. Pessoas do mundo inteiro ficaram mais de dois anos sem viajar e, agora, querem tirar o atraso.

Com a vacina no braço e mais segurança, o volume de buscas com destinos para fora do país subiu 50% só em março de 2022, de acordo com dados da Kayak, plataforma de comparação de voos.

Volta aos preços normais

Sem previsão de fim para a Guerra da Ucrânia, com a valorização recorrente do dólar e a demanda reprimida da pandemia, fica bastante difícil afirmar que os preços das passagens aéreas vão voltar ao normal – pelo menos por agora.

Especialistas especulam que em 2023 os preços dos bilhetes aéreos podem começar a cair, mas ainda nada comparado ao período pré-pandemia.

Como driblar o preço das passagens?

Enquanto isso, a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) previu, para 2021, a venda de 3,1 milhões de tickets rodoviários, um número bem maior do que os 2,7 milhões comercializados em 2019, o último ano antes da COVID-19. E a tendência é que, neste ano, os brasileiros ainda permaneçam viajando de ônibus e até mesmo de carro.

Mas quem prefere destinos mais distantes, seja dentro, seja fora do Brasil, a dica é optar por flexibilidade de dias e horários. Os sites das companhias aéreas e as outras plataformas de pesquisa mostram valores próximos dos dias pesquisados.

Há, ainda, a possibilidade de baixar aplicativos que marcam alertas de preços mais econômicos, escolhidos pelo usuário.

Outra dica que o Folha Vitória já deu é viajar utilizando Milhas – unidades de medida usadas pelas companhias aéreas em seus programas de fidelidade, com o objetivo de estimular os clientes a viajarem mais.