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Pelo menos 90 mulheres capixabas podem ter câncer de ovário este ano, diz médico

Nesta quinta-feira (08), ginecologistas e oncologistas promovem o Dia Mundial do Câncer de Ovário. Este é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura. Cerca de 3/4 dos cânceres desse órgão apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico. Felizmente não é um câncer muito comum. 

O Instituto Nacional do Câncer estima para 2014, em todo o Brasil, um surgimento de cerca de 5.600 novos casos, com aproximadamente 3.000 mortes por este câncer.
 
De acordo com o ginecologista e mastologista Cleverson Gomes do Carmo Júnior, para o Espírito Santo, a estimativa é que haja 5,06 casos, para cada 100.000 mulheres – o que remete estimar que possam existir 90 novos casos este ano. “Esse número é baixo se compararmos a outros cânceres. Representa apenas 9% de todos os casos de câncer de mama estimados”, disse o especialista.
 
Ainda de acordo com o médico, infelizmente não existe uma maneira certeira de prevenir o câncer de ovário. “Acredita-se que o uso de pílula anticoncepcional possa diminuir o seu aparecimento, mas nada de maneira significativa, a ponto de prescrevermos pílula para sua prevenção. Fatores genéticos podem influenciar em apenas 10% dos tipos de câncer de ovário. E também não existe um exame que detecte com segurança um câncer de ovário, como o Papanicolau para o câncer de colo uterino ou a mamografia para câncer de mama”, informa.
 
Fatores de risco
 
A maior parte dos cânceres de ovário surge após os 50 anos. Entretanto, é possível notar um aumento no número de casos deste tipo de tumor em mulheres mais jovens, especialmente os tumores chamados de germinativos. Nenhuma mulher está imune e todas devem procurar o ginecologista anualmente para os exames de rotina.
 
“O histórico familiar também é muito importante, mas responde por apenas 10% de todos os casos de câncer de ovário. A atenção maior deve ser dada em casos de câncer de mama que ocorram na família e também com a própria paciente, já que há uma associação genética entre câncer de mama e câncer de ovário em determinadas situações”, explica Cleverson.
 
Sintomas

A grande maioria dos cânceres de ovário é assintomática, isto é, a mulher não sente nada. À medida que o tumor cresce, pode haver dor pélvica, sensação de peso na parte baixa do abdômen e palpação de massa na região pélvica. “A detecção de cistos de ovário pela ultrassonografia não é motivo para preocupação com o câncer de ovário na maioria das vezes. Os cistos de ovário são muito comuns e apenas o ginecologista é capaz de dizer quais são preocupantes e quais não”, esclarece.