Geral

Em estado de greve, peritos do INSS priorizam atendimento a partir desta segunda

Os trabalhadores que aguardam a primeira perícia para poder receber benefícios trabalhistas terão prioridade no atendimento. A categoria, porém, continua em estado de greve

Greve prejudica o atendimento no Estado Foto: Divulgação

Buscando desafogar o número de perícias médicas devido à greve que já passa dos quatro meses e meio, peritos médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começam a priorizar os atendimentos, a partir desta segunda-feira (25).

Os trabalhadores que aguardam a primeira perícia para poder receber benefícios trabalhistas terão prioridade no atendimento. A mudança de posicionamento, porém, não faz com o que o número de perícias aumente, já que a categoria continua em estado de greve.

De acordo com o delegado da gerência em Vitória da Associação dos Peritos Médicos do INSS no Espírito Santo (ANMP-ES), Juliano Pina, a medida deve favorecer os beneficiários que não podem trabalhar e que aguardam receber benefícios.

“Acredito que o sindicato nacional foi ‘sensato’ ao dar prioridade aos que estão mais prejudicados com greve. O INSS não está direcionando para o atendimento prioritário, isso estava causando um prejuízo muito grande à população. Nós esperamos que o INSS cumpra o direcionamento de prioridades para atendimento”, afirma.

Os atendimentos continuam em 30% do efetivo total, conforme a lei de greve. Mesmo se a greve terminasse hoje, o sindicato acredita que demoraria cerca de um ano para que o atendimento fosse normalizado no Espírito Santo. O número de perícias que deixaram de ser realizadas por causa da greve também surpreende: 60 mil capixabas aguardam atendimento, de acordo com o sindicato.

Segundo a ANMP-ES, antes da greve, o segurado deveria esperar cerca de 22 dias para receber um atendimento. Com a greve, a espera não sai por menos de quatro meses. O INSS afirma, porém, que o tempo de espera gira em torno de dois meses. “Mesmo se tivéssemos com 100% dos peritos trabalhando, ainda estariam faltando profissionais. Nós precisaríamos de mais 20 peritos no Estado para que pudéssemos atender a toda a demanda cobrada pelo INSS”, completa Pina.

A pauta de reivindicações da categoria é extensa. Dentre elas, estão diminuição da jornada de trabalho de 40 horas para 30 horas, reajuste salarial de 27%, aumento no número de peritos médicos, além de melhorias nas condições de trabalho. Veja a lista completa das reivindicações.

De acordo com o INSS, o Instituto conta com 4.351 servidores peritos médicos em todo o Brasil, cujo salário inicial para uma jornada de 40 horas é de R$ 11.383,54, chegando a R$ 16.222,88. O INSS estima que um 1,3 milhão de perícias não tenham sido realizadas desde o início da paralisação, até a primeira semana de janeiro. Já 910 mil perícias médicas foram atendidas.

Em nota, o INSS informou que a não aceitação da proposta do governo pela categoria impossibilita a regularização do atendimento. O órgão disse, ainda, que reconhece as dificuldades impostas à população e pede que os servidores retomem as atividades.

1,3 milhão: é o número de perícias que não foram realizadas desde 4 de setembro de 2015, em todo o Brasil;

60 mil: são os capixabas afetados pela greve;

122 dias: é o tempo estimado que o segurado precisa esperar para conseguir atendimento no Espírito Santo. INSS fala em 60 dias;

R$ 11.383,54: é o salário inicial de um médico perito do INSS;

27%: é o reajuste salarial pedido pela categoria.

Fontes: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Associação dos Médicos Peritos do INSS no Espírito Santo (ANMP-ES)