Durante pesquisas, cientistas da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, descobriram possíveis sinais de que os bochechos realizados com enxaguante bucal poderia ser uma arma contra o coronavírus. A pesquisa indica que o vírus possa ser eliminado apenas na saliva, mas ainda não apresentou evidências de que o produto possa ser utilizado como um tratamento específico para o vírus, pelo fato de que o material não atinge o sistema respiratório nem as cavidades pulmonares.
O resultado foi obtido antes da realização de um ensaio clínico sobre a covid-19 em alguns pacientes do Hospital Universitário do País de Gales. O especialista em periodontologia, Nick Claydon, contou que as pesquisas pode fazer com que o uso do enxaguante bucal seja mais constante na rotina de higiene das pessoas assim como o distanciamento social, o uso de máscaras de proteção e a higienização das mãos, hábitos corriqueiros desde o início da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com os estudos, os enxaguantes que contém ao menos 0,07% de CPC (Cloreto de cetilpiridínio) apresentaram bons resultados quanto a capacidade de destruição do coronavírus em laboratório.
O principal autor do estudo, Richard Stanton, aponta que estes avanços indicam que vários tipos de enxaguantes, normalmente utilizados para o combate de doenças gengivais, podem também inativar o coronavírus Sars-CoV-2 (e outros coronavírus relacionados) durante os testes em laboratório, onde foram colocadas condições semelhantes à cavidade oral/nasal em um tubo de ensaio.
Ainda de acordo com o autor, o estudo não foi revisado e nem publicado, ou seja, as pesquisar não passaram pelo crivo de outros cientistas. Stanton salienta e importância das pessoas continuarem a realizar os protocolos já estabelecidos como a higienização frequente das mãos e o distanciamento social.
O próximo passo do estudo é descobrir se o uso do enxaguante bucal é capaz de reduzir os níveis do vírus na saliva de pessoas que estão com a covid-19. Os resultados são esperados para o começo de 2021.
O professor e diretor do Programa de Treinamento Acadêmico Integrado em Odontologia da Faculdade de Odontologia da universidade, David Thomas, explica que os resultados obtidos no início dão um certo ânimo, mas o ensaio clínico ainda não é capaz de produzir evidências de que a transmissão entre pessoas possa ser prevenida com o uso do enxaguante. O diretor do programa também afirma que os estudos agora buscam descobrir o tempo que o efeito do enxaguante dura após a primeira aplicação em uma pessoa contaminada.