Geral

Pesquisa revela que areia das praias de Vitória estão contaminadas e causam risco aos banhistas

As praias pesquisadas são de grande movimento na Capital e mostram que estão impróprias. O contato com a areia pode causar até infecções e outros problemas de saúde

Vista de longe, nem parece que a areia da praia de Camburi está poluída com bactérias Foto: Divulgação/Prefeitura

Uma pesquisa inédita realizada no Espírito Santo mostrou que as areias de praias de Vitória estão contaminadas e impróprias, causando riscos para os banhistas. A pesquisa, que durou mais de um ano, revelou a presença de coliformes fecais e enterococos, que são fezes humanas e de animais, em 60% das praias pesquisadas.

O estudo é realizado por alunos do curso de Ciências Biológicas da Faculdade Católica Salesiana. O coordenador do projeto, Marcus Covre, alerta que o contato com a areia contaminada com as bactérias pode causar até infecção.

“Os maiores riscos para os banhistas são as infecções. O contato com a areia pode causar uma série de doenças. Principalmente crianças pequenas que, por ventura, podem colocar areia na boca e se contaminar”, afirma Covre.

As praias pesquisadas são de grande movimento na Capital. A Praia da Esquerda, na Ilha do Boi, a praia da Curva da Jurema e a praia de Camburi tiveram amostras de areia coletadas mensalmente desde outubro de 2013. “O que pudemos perceber é a influência e presença de esgoto sanitário nas areias das praias. Por isso a grande presença de bactérias fecais”, diz Covre.

Resultados do estudo apontam que 60% das amostras analisadas estão contaminadas acima do permitido pela legislação nacional e internacional. No Brasil, não existe uma legislação específica que regulamenta o padrão de qualidade das areias das praias. Por isso o estudo levou em consideração a legislação internacional.

“Nós queremos ressaltar nesse estudo a importância do controle da poluição da areia. Em Vitória a balneabilidade é determinada com estudos apenas da água das praias. Mas isso não é suficiente. As areias precisam ser monitoradas já que a poluição pode causar doenças”, diz Covre.

Na recuperação das areias poluídas, o próprio ecossistema se encarrega da recuperação do solo, porém, é um ciclo de longo prazo. “Para acontecer a despoluição, primeiramente tem que se combater a poluição que vai até as praias. Para aí sim o ecossistema por si só se encarregar de recuperar o solo”, completa Covre.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) informou, por meio de nota, que o estudo  não chegou à Gerência de Controle Ambiental para a análise dos técnicos ambientais. Informou ainda que o Centro de Vigilância em Saúde Ambiental realiza a cada semestre o monitoramento parasitológico nos estabelecimentos e espaços públicos com areias para fins de lazer, como as praias. Os resultados são encaminhados para as equipes técnicas responsáveis pela manutenção desses espaços.