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Plano de imunização do Ministério da Saúde não detalha como será vacinação nos estados

Dessa forma, ainda não se sabe detalhes de como será a imunização no Espírito Santo. Epidemiologista que assessora o governo federal na elaboração do plano também alega não ter visto o documento antes dele ser enviado ao STF

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da saúde, Eduardo Pazuello, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última sexta-feira (11), o Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19. No documento, são abordados pontos importantes, como o orçamento e a ordem de vacinação dos grupos considerados prioritários.

No entanto, entre outros problemas, o plano não responde a uma pergunta simples: quando, de fato, a população começará a ser vacinada? De acordo com a professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e pós-doutora em epidemiologista, Ethel Maciel, uma das consultoras do plano encaminhado pelo governo federal, as diretrizes de vacinação nos estados não estão claras.

“A gente não tem essa regionalização, de pensar, por exemplo, que essas vacinas, desse fabricante, podem ir para esse local e essas vacinas, desse outro fabricante, podem ir para esses locais. Têm questões de logística que precisam ficar bem esclarecidas”, destacou.

Um outro problema é referente à segurança, uma vez que o plano não detalha um protocolo para evitar a contaminação nos locais de vacinação. A epidemiologista explicou como vai funcionar a ordem de imunização e ponderou que alguns grupos que deveriam ser considerados prioritários ficaram de fora da lista.

“Os indígenas, a população privada de liberdade, a população quilombola, a população ribeirinha. A gente falou do problema das pessoas com deficiência que, para esse vírus específico, têm dificuldades muito grandes para poder aderir, fazer as medidas de prevenção”, pontuou.

Segundo Ethel Maciel, esse não foi o único problema do plano encaminhado ao STF. No fim de semana, a epidemiologista fez uma publicação em uma rede social, afirmando que ela e os demais pesquisadores que estão assessorando o governo federal no Plano Nacional de Vacinação não viram o documento antes dele ser enviado ao Supremo, apesar de nele constar os nomes dos especialistas.

“Fomos surpreendidos, no sábado, pela imprensa, inclusive, noticiando a entrega desse plano, constando os nossos nomes como elaboradores do plano, e nós nunca vimos esse documento”, afirmou Ethel Maciel.

Durante um pronunciamento realizado na tarde desta segunda-feira (14), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, também falou sobre o início da campanha de vacinação para os capixabas. “Os municípios capixabas, dentro dessas estratégias possíveis no plano de vacinação, podem adotar diversas formas distintas, desde o agendamento online a utilização de pontos de vacinação em seus territórios”, frisou.

Com informações da repórter Bianca Vailant, da TV Vitória/Record TV